As smart drugs são remédios usados, supostamente, para melhorar o desempenho das pessoas nas tarefas e aumentar suas capacidades cognitivas. Apesar de bastante polêmica, a utilização dessas substâncias vem crescendo no mundo e no Brasil, especialmente entre universitários e empreendedores.
Neste artigo vamos explicar o que são smart drugs, porque elas estão se tornando tão populares no meio empresarial e acadêmico e quais são os riscos de ingerir essas substâncias sem qualquer prescrição médica.
O que são as Smart Drugs?
Também chamadas de nootrópicos, as smart drugs são um conjunto de substâncias feitas de compostos naturais ou até remédios psiquiátricos e usadas para, supostamente, melhorar as habilidades cognitivas, como atenção, memória e motivação - especialmente durante períodos de aumento na carga de trabalho e/ou estudo.
Essas substâncias costumam ser usadas em coquetéis de remédios, cada uma para uma finalidade diferente. Algumas smart drugs são conhecidas do público - como a Ritalina - enquanto outras são importadas do exterior de lugares como a Rússia. Entre a lista dessas drogas estão medicamentos para tratar doenças como Alzheimer, Déficit de Atenção, Hiperatividade e Narcolepsia (um distúrbio que causa uma sonolência incontrolável durante o dia).
Geralmente as smart drugs são adquiridas sem prescrição médica ou então com receita de profissionais próximos ao usuário - isso sem ter o diagnóstico das doenças em que normalmente essas substâncias são receitadas. Isso, por si só, já mostra o risco de usar essas substâncias: mas por que tantas pessoas estão consumindo remédios sem necessidade?
Por que as Smart Drugs estão ganhando tanta popularidade?
Os debates sobre o uso das “drogas da inteligência” vem acontecendo com frequência nas últimas décadas. Pesquisas e reportagens jornalísticas relatam que os públicos que mais estão usando essas substâncias são os universitários, empreendedores e profissionais de mercados altamente competitivos.
Todos esses indivíduos, uma hora ou outra, se deparam com uma grande carga de compromissos: provas; trabalhos; prazos... Essa demanda por uma boa performance e cobrança por resultados acaba pressionando os estudantes e profissionais, que recorrem às smart drugs como promessa de solução para melhorar seu desempenho no dia a dia e dar conta de todas obrigações sem se deixar sucumbir.
Os usuários dessas substâncias geralmente relatam melhora em diversas habilidades cognitivas, como concentração, memória, disposição e motivação, de acordo com diversas entrevistas dadas para meios de comunicação.
Mas não é só uma pessoa ou outra que está usando estas substâncias. Reportagens jornalísticas apontam que essas substâncias estão fazendo sucesso no Vale do Silício, centro mundial da tecnologia e inovação, e até mesmo sendo bastante consumidas em universidades tradicionais (e competitivas) como Cambridge e Oxford.
Apesar do debate no Brasil não ser tão grande quanto no exterior, algumas reportagens de meios de comunicação como Época, Exame, Jornal do Campus (Universidade de São Paulo - USP) também abordam como está esta questão no país. Assim como acontece fora, os universitários e profissionais de segmentos competitivos são os usuários recorrentes das smart drugs, porém já há relatos do uso de substâncias como o Pervitin para evitar o sono e aumentar a concentração nos anos 50 - com entrevistas até com miss à notícias de funcionários do governo que usaram a droga para trabalhar na elaboração de um plano substitutivo à lei orçamentária.
Mas o ambiente competitivo e acelerado dos tempos modernos vem ajudando a ressurgir e a popularizar essa prática, facilitada pela internet que oferecer informações e meios de compra desses medicamentos sem orientação médica.
Porém, com todas esses supostos benefícios e facilidades, será que realmente é seguro tomar esses remédios? Será que eles verdadeiramente causam os efeitos desejados e ajudam a melhorar a motivação e performance das pessoas?
Quais são os riscos das Smart Drugs?
Em diversas matérias jornalísticas com a participação de estudiosos põem-se a efetividade das smart drugs em xeque: será que eles realmente modificam o trabalho do cérebro, fazendo a pessoa ser mais produtiva e concentrada, ou seria apenas o caso de um efeito placebo, cuja o benefício acontece mais pela crença do usuário do que pela substância em si?
Na reportagem do Jornal do Campus, da USP, o professor e médico psiquiatra do Hospital das Clínicas da instituição, Flávio Guimarães, apresentou uma pesquisa da Universidade de Porto em que 81% dos usuários entrevistados afirmaram ter melhora na concentração ao utilizar os medicamentos. No entanto, esses efeitos não foram vistos na comunidade externa e em outros pacientes psiquiátricos. Isso significaria que há mais um fator motivacional no uso, do que um benefício real.
A matéria produzida pela revista Época também mostra que há poucos estudos sobre os efeitos das smart drugs - se elas são causam os benefícios citados pelo usuários e qual seriam as consequências de seu uso. Além disso, a reportagem citou uma pesquisa feita por estudiosos da Universidade da Califórnia e da Universidade de Chieti-Pescara, na Itália, na qual o experimentos apresentou resultados iguais para quem consumiu as drogas e para quem usou um placebo.
A verdade é que, no caso de muitos desses medicamentos, ainda é desconhecido seus efeitos a longo prazo no cérebro e saúde geral das pessoas. Em alguns casos há relatos de efeitos colaterais, como taquicardia e ansiedade. Apesar de existirem drogas mais seguras, medicamento tem suas contraindicações e a necessidade de um médico orientar o seu uso em cada caso.
Conclusão?
Mesmo com a promessa do milagre de se tomar algumas pílulas e melhorar a concentração e produtividade, nunca é seguro utilizar medicamentos sem a prescrição médica ou para doenças que o usuário não tenha. Além disso, existem outras formas mais saudáveis de melhorar as habilidades cognitivas sem recorrer às smart drugs.
Ter uma vida profissional e pessoal equilibrada, dormir bem, fazer exercícios físicos, ter uma dieta equilibrada, adotar hobbies e cuidar da vida social são dicas que parecem batidas - mas que fazem a diferença - cientificamente comprovada - no dia a dia, melhorando a saúde corporal e mental dos indivíduos.
Ao aliar hábitos saudáveis e metodologias de
motivação no trabalho, é possível melhorar a produtividade, engajamento e desempenho pessoais e das equipes nas empresas - tudo isso sem riscos à saúde, seja em curto ou longo prazo.
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