Nenhum grupo se relaciona perfeitamente após sua formação. É natural que existam uma série de conflitos e uma longa caminhada até que todos possam trabalhar com harmonia e confiança uns nos outros. Assim são os estágios do desenvolvimento das equipes: tudo começa bem, piora no meio e — nas melhores hipóteses — o time consegue se unir para alcançar os resultados desejados.
É importante que o RH e empreendedores conheçam esses estágios de desenvolvimento das equipes para saber lidar melhor com a formação dos times da sua empresa — e é isso que você irá aprender neste artigo!
Os Estágios do Desenvolvimento das Equipes
Grupos são formados e desfeitos o tempo todo nas empresas: na abertura do negócio; na criação dos departamentos; com a rotatividade de colaboradores; no desenvolvimento de projetos especiais — que podem contar com funcionários de diferentes especializações e setores —, na diretoria e gestão, entre tantas outras possibilidades.
Mas, em todos esses casos podemos encontrar alguns comportamentos em comum: se no início as pessoas ficam animadas e agem com cordialidade, em algum momento suas diferenças de perfil e a pressão das obrigações cotidianas irão impactar o seu desempenho na dinâmica.
Algumas teorias buscam entender como é o funcionamento da formação de um grupo, como a de Bruce W Tuckman, e podem ser estudadas pelo RH e empresas para lidar melhor com a dinâmica comportamental dos colaboradores.
Inspirando-se nas ideias de Tuckman, podemos dizer que existem 5 estágios de desenvolvimento das equipes:
1- Formação
É onde tudo começa: os integrantes da equipe são apresentados uns aos outros e geralmente agem com educação e simpatia, querendo causar uma boa primeira impressão.
Lembra do primeiro dia em um curso ou palestra? Ninguém se conhece e todos querem mostrar sua melhor imagem nessa hora — é assim que agem as pessoas em uma nova situação coletiva.
Os profissionais ainda estão se conhecendo e sendo apresentados ao seu líder, não sabem o que esperar do projeto. Esse estágio de desenvolvimento de equipes costuma trazer alguns problemas em comuns: insegurança dos colaboradores; opiniões pré-concebidas por desconhecimento; desarmonia na dinâmica interna e nos trabalhos; e, normalmente, uma baixa produtividade — causada pelo início do serviço.
Alguns pontos fundamentais que devem ser tratados nessa etapa para facilitar a transição são:
- Conhecer o histórico dos integrantes;
- Descobrir suas competências;
- Alinhar os objetivos e normas da dinâmica/grupo;
- Definir cronogramas e processos;
- Alinhar o papel individual de cada integrante.
Assim se dá um passo mais firme na hora de começar os trabalhos, tirando dúvidas e organizando melhor os trabalhos.
2- Desordem
É aqui que os verdadeiros problemas aparecem! Os integrantes passam a conhecer melhor uns aos outros — especialmente as características negativas — e a pressão do dia a dia começa a ser sentida pela equipe.
Nessa hora os conflitos surgem e as diferentes personalidades e visões se confrontam. Situações como surgimento de panelinhas; discussões mais acaloradas; exacerbado nível de confiança de alguns profissionais (que acabam tentando resolver as questões sozinhos); perda de foco nos objetivos e trabalho, entre outras situações.
Os conflitos são normais em qualquer relacionamento e, no fim, possibilitam resultados positivos como a inovação, devido a presença de visões diferentes na equipe. Porém, se não bem resolvidos, eles podem gerar uma bola de neve de problemas, como animosidades, intrigas, desunião e tornar o clima interno mais pesado — o que vai prejudicar a produtividade e qualidade de trabalho de todos.
Nesse momento é importante:
- Alinhar o trabalho de cada profissional em favor do grupo;
- Relembrar aos integrantes a importância da equipe e de seus objetivos;
- Mediar os conflitos internos — podendo usar ferramentas como a Comunicação Não Violenta, por exemplo;
- Treinar os integrantes a saberem lidar com a diversidade na equipe.
3- Normatização
Esse estágio é quando as coisas se acalmam na equipe, ufa! Os integrantes começam a perceber e valorizar os pontos fortes do grupo, passam a trabalhar em maior sintonia e sabem respeitar as diferenças entre eles.
Com tudo isso, a produtividade da equipe melhora e os conflitos diminuem ou são mais fáceis de serem resolvidos. Claro, nem tudo são flores. Mas o relacionamento entre os integrantes se torna mais tranquilo e respeitoso.
O que o RH, empreendedores e líderes podem fazer para melhorar ainda mais esse estágio de desenvolvimento da equipe é:
- Implementar estratégias de motivação no trabalho;
- Promover ações de união da equipe, para fortalecer os laços de confiança e respeito;
- Avaliar e alinhar os resultados com o grupo.
4- Performance
O clima saudável continua nesse estágio do desenvolvimento da equipe. Além do bom relacionamento, é o momento em que os integrantes estão motivados, seguros e fazem um ótimo trabalho.
Agora as equipes são altamente produtivas, conseguem alcançar os resultados desejados do projeto/departamento e cada integrante se preocupa com o desempenho um dos outros. É possível melhorar ainda mais a performance ao trabalhar os pontos positivos e negativos dos participantes.
Algumas equipes têm dificuldade de chegar a esse estágio, sendo prejudicados pelos conflitos e pressões do dia a dia. Por isso é importante resolver essas questões para chegar até aqui.
5- Adiamento
E quando a formação da equipe é temporária? Uma hora chega o momento de terminar o serviço e se separar: o que pode gerar contentamento de alguns integrantes pelos resultados alcançados e, ao mesmo tempo, tristeza pelo fim.
Nesse estágio é importante manter a motivação dos participantes para concluir bem os projetos e amarrar as pontas soltas. Assim, tudo terminará bem!
Conclusão
A maioria das empresas terá problemas com suas equipes. É inevitável: uma organização é formada por pessoas com histórias, visões de mundo, expectativas e valores diferentes, mas que precisam chegar em um resultado em comum.
Por mais talentosos que sejam os profissionais, não dá para fugir dos conflitos e descontentamentos que a pressão e rotinas do cotidiano impõem. Por isso é importante que RH, empreendedores e gestores saibam lidar com a dinâmica dos grupos, conhecendo os estágios de desenvolvimento das equipes para saber como agir nas dificuldades e incentivar o bom relacionamento entre os colaboradores.
Além disso, é preciso fazer um trabalho individualizado: despertar as habilidades sociais dos funcionários para que saibam lidar melhor com seus colegas e desenvolver um relacionamento interno saudável.
O melhor jeito de fazer isso é por meio da educação empresarial e ações de desenvolvimento de pessoas! Saiba como implementar essa estratégia e as vantagens de se incentivar as habilidades sociais de seus funcionários com o artigo Soft Skills: o que são e por que desenvolvê-las nos meus colaboradores?