O microgerenciamento é uma prática comum, porém prejudicial às equipes e empresa. Os administradores e líderes acabam tendo um excesso de controle sobre as atividades dos colaboradores, contribuindo para aumentar a desmotivação e outras complicações que irão gerar problemas para o negócio.
Nesse artigo vamos mostrar como esse excesso de cuidado do microgerenciamento pode trazer danos para a dinâmica da equipe e resultados da empresa.
O que é o Microgerenciamento?
Liderar um departamento e uma empresa nunca é ou será uma tarefa fácil: são tantas responsabilidades e obrigações que o gestor deve lidar, incluindo supervisionar o trabalho dos liderados.
No entanto, em alguns momentos o gestor pode desejar estar presente em cada atividade, discussão e decisão dos funcionários, querendo que absolutamente tudo passe pelo seu aval e não respeitando a autonomia dos liderados — esse cuidado excessivo é o que chamamos de microgerenciamento.
Nesse fenômeno, em vez de cuidar do quadro geral e guiar a equipe, os líderes buscam lidar com os pequenos detalhes, muitos que são atribuições dos colaboradores e não dos gestores, colocando sua energia e foco em questões menores.
Enquanto os líderes devem prestar atenção no trabalho dos funcionários e tomar as decisões importantes no setor — e em alguns momentos é realmente necessário fazer um microgerenciamento —, é preciso também valorizar a independência e competência dos funcionários para evitar uma série de problemas que essa postura excessiva gera.
Os Perigos do Microgerenciamento
Esse exagero de cuidado não nasce da má vontade dos gestores, pelo contrário: os líderes têm o desejo genuíno de que tudo seja feito da maneira correta e que a equipe tenha bons resultados. Porém, mesmo as boas intenções trazem consequências negativas. Uma série de problemas pode ocorrer com o microgerenciamento:
Prejuízo ao trabalho do líder
É fácil um líder fazer um microgerenciamento quando se há apenas um ou dois funcionários. Mas, e quando são dez? Trinta? Duzentos? Fica impossível estar de olho nas atividades de cada colaborador e ainda dar conta das outras responsabilidades da gestão e que são igualmente importantes.
Por isso ter uma postura micro diante dessa situação pode acabar prejudicando as outras tarefas que o gestor tem, o que por sua vez vai impactar os resultados do departamento.
Insegurança na equipe
A presença do gestor em cada tarefa pode gerar uma certa insegurança nos profissionais por, de certa forma, passar a mensagem de que eles não têm capacidade de cumprir suas atividades sozinhos. Isso resulta na falta de confiança em cada colaborador, algo que pode se espalhar pela equipe e prejudicar seu desempenho.
Assim os funcionários podem entrar em um ciclo vicioso em que sentem a necessidade da aprovação do líder em cada passo que dão, e o gestor acredita que esse microgerenciamento é imprescindível.
Desperdício dos talentos
Toda essa insegurança pode acabar não dando espaço para os colaboradores mostrarem suas verdadeiras competências. Os profissionais irão seguir apenas as orientações da liderança, sem trazer novas ideias e soluções — até por falta de autoconfiança nesse relacionamento.
Isso significa menos inovação nas equipes e o desperdício dos talentos da empresa. Cada funcionário tem muito a contribuir para a dinâmica interna, com ideias, conhecimentos e experiências anteriores: desencorajar essas habilidades só irá prejudicar a organização e evitar que ela tenha resultados melhores ao apostar em novas soluções.
Desmotivação dos colaboradores
A insegurança e/ou o não aproveitamento das competências dos profissionais pode resultar na diminuição da sua motivação no trabalho. Essa questão é importante para o desempenho de cada colaborador, pois é essa energia que faz com que eles se dediquem ao serviço e sejam produtivos.
Além disso, a desmotivação de um funcionário pode influenciar negativamente o desempenho dos colegas, prejudicando o clima interno e gerar um problema ainda maior: o aumento do turnover.
Aumento da rotatividade
Todas essas questões anteriores podem contribuir para a decisão dos colaboradores saírem da empresa. Quando o índice de rotatividade de pessoal é alto um alerta vermelho deve acender no RH: essa métrica significa prejuízos intelectuais, produtivos e financeiros para organização.
Por todos esses motivos, a melhor postura para o gestor é tentar reduzir o impulso de controlar e observar cada atividade dos funcionários, dando-lhes maior autonomia e segurança no trabalho.
Como Evitar o Microgerenciamento
O primeiro passo é identificar essa postura de microgerenciamento na liderança e entender a necessidade de mudança. Essa autocrítica é fundamental para sair dessa mentalidade e dar mais espaço para os colaboradores. Mas existem outras ideias que ajudam a reduzir esse controle excessivo:
Delegar tarefas
O líder deve ter consciência de que não pode fazer tudo sozinho. É preciso direcionar responsabilidades e tarefas para cada funcionário e confiar que eles serão capazes de cumprí-las com qualidade e produtividade.
Essa pequena mudança de responsabilidade já irá ajudar a reduzir o controle dos gestores e dar maior independência aos profissionais, reduzindo o microgerenciamento e aproveitando os talentos internos.
Fazer a avaliação dos gestores e colaboradores
Uma forma de ajudar na autopercepção dos líderes para identificar essa conduta de microgerenciamento e seus efeitos na equipe é por meio da avaliação de desempenho dos gestores. Essa ferramenta é usada para conhecer os pontos fortes e os passíveis de mudança na empresa, incluindo nas pessoas que trabalham nela.
A avaliação de desempenho pode contribuir para descobrir quais atitudes dos gestores estão prejudicando e desmotivando os colaboradores, ajudando assim a melhorar suas condutas e a torná-los líderes melhores.
Essa mesma ferramenta pode ser adotada para avaliar os colaboradores e identificar suas competências e pontos que precisam ser trabalhados para serem melhores profissionais. Isso irá contribuir para o líder ter maior confiança ao delegar tarefas que se encaixem em suas habilidades e para dar mais autonomia à equipe.
Treinamento dos colaboradores e líderes
Outra ótima ideia para ajudar a reduzir o microgerenciamento é investir em treinamento. Os colaboradores poderão aumentar suas habilidades para assumir tarefas mais desafiadoras e cumprir sua função corretamente, sem precisar de tanta orientação e controle dos superiores.
Os líderes também podem ter treinamentos específicos para ajudá-los a evitar essa postura excessiva de cuidados, tornarem-se referência para a equipe e lidarem melhor com os desafios dessa posição.
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