A ciência tem muito a contribuir para melhorar a educação, aprimorando o aprendizado de estudantes das mais variadas faixas etárias e contextos. De tantos estudos, um bastante conhecido é a teoria de Bandura, referente ao conceito de aprendizagem social.
Já ouviu falar dessa teoria? Descubra como ela pode impactar as estratégias educacionais da sua empresa ou instituição de ensino.
A Importância das Teorias de Aprendizagem
A ciência vem ajudando a humanidade desde o início dos tempos. Descobertas e hipóteses moveram a forma como enxergamos o mundo e uns aos outros: quantos avanços tecnológicos foram alcançados graças a estudos científicos? E quantas revelações foram feitas sobre o seres humanos, grupos sociais e outros temas importantes e que nos permitiram melhorar nossas vidas e sociedade?
Uma das áreas investigada por diversos campos científicos é o aprendizado — e isso não é à toa. Saber como assimilamos as informações, as traduzimos e as devolvemos para o mundo é fundamental para nos entendermos como humanos e aprimorarmos diversas esferas da vida particular, profissional e social.
Diversas teorias foram formuladas nas últimas décadas, pensando em estímulos e contextos diferentes. Modelos como o 70/20/10 foram desenvolvidas e auxiliaram instituições de ensino, professores e empresas a pensar suas metodologias para melhorar a aprendizagem de seus estudantes.
Um dos estudos mais conhecidos é a teoria de Bandura, também conhecida popularmente como aprendizagem social. Mas, como funciona esse estudo e como suas considerações podem impactar os processos educativos de empresas e instituições de ensino?
Aprendizagem Social — A Teoria de Bandura
Existe um ditado que diz que as pessoas aprendem por meio do exemplo dos outros — e talvez essa frase não esteja errada. Quantas vezes você soube fazer algo porque viu alguém realizar o mesmo procedimento? Quantas vezes, mesmo sem querer, o estímulo ou desmotivação de terceiros influenciaram seu estado de espírito para participar de uma ação ou completar uma tarefa?
É inegável que somos seres sociais. Mas, até que ponto nossas relações com outros pode interferir na maneira como nos relacionamos com o mundo e, até, fazemos leitura dele?
Algumas dessas questões podem ser respondidas pelo conceito de aprendizagem social, um fenômeno estudado pelo psicólogo norte-americano Albert Bandura. Nos anos 60 ele fez um experimento em que apresentava a crianças um boneco (daqueles com areia na base e corpo cheio de ar, chamado de joão bobo). O cientista notou que, ao verem adultos xingando e batendo no boneco, elas imitavam o comportamento agressivo.
Em resumo, este experimento — que também vale para adultos — mostrou como o ambiente e as atitudes de outras pessoas podem influenciar nosso comportamento.
Essa questão acaba impactando no contexto do aprendizado, pois, mesmo indiretamente, temos contato com outros ao adquirir conhecimento, mesmo nas metodologias online, como EAD.
Imagine uma sala de aula onde nenhum estudante está prestando a atenção no professor: mesmo que um aluno dedicado tente focar nas explicações, sua motivação poderá ser afetada com o desinteresse dos outros — isso sem considerar o impacto dessa postura no próprio educador.
Agora imagine um treinamento corporativo onde os colaboradores estão engajados nas atividades, comentando uns com os outros sobre as experiências vividas e conhecimentos adquiridos. Mesmo um funcionário mais desmotivado irá ficar curioso a respeito da ação.
Bandura considera o aprendizado como algo bidirecional: o indivíduo é influenciado pelo ambiente e, por sua vez, ele o modifica por meio de suas atitudes. E essa afirmação pode fazer a diferença na hora de montar as atividades educativas de uma escola, universidade, curso ou organização.
Não basta pensar apenas no conteúdo dos materiais para promover uma educação de qualidade, e sim também no ambiente em que os estudantes estão inseridos e quais exemplos eles estão seguindo.
O que a Aprendizagem Social significa para Empresas e Instituições de Ensino?
É possível trazer os estudos de Bandura para a realidade de estudantes em diferentes contextos, analisando como o meio influencia seu desempenho nos estudos. Empresas e instituições de ensino podem trazer as considerações do psicólogo para aprimorar os resultados de suas estratégias educacionais.
Algumas dicas que podem ajudar a fortalecer o aprendizado dos estudantes — independentemente da sua idade e contexto educacional — são:
Conhecer o público-alvo
Uma dica fundamental é conhecer bem o perfil dos estudantes, descobrindo suas necessidades, preferências e expectativas, inclusive em relação a sua própria educação. Isso ajudará a pensar em estratégias que sejam mais eficientes e engajadoras.
Algumas questões no aprendizado de um adulto são diferentes das de uma criança, por exemplo, enquanto uma pessoa pode ter mais facilidade para assimilar determinado conteúdo e outra não, um grupo pode ser naturalmente mais proativo do que o resto. Tudo isso deve ser levado em consideração ao montar as ações educativas.
Metodologias Ativas
Usar métodos que despertem a motivação dos estudantes é uma excelente forma de combater a desmotivação nos estudos. Se um dos participantes perde o engajamento, esse fenômeno pode afetar os outros, prejudicando assim a aprendizagem de todos,
Metodologias ativas ajudam a manter os estudantes interessados nas atividades educativas, pois exigem uma postura proativa e de protagonismo dos participantes. Assim é possível combater o desinteresse dos participantes, além de ter uma abordagem mais prática dos ensinamento.
Uso de Recursos Diversos
Outra ideia para tornar as ações de treinamento ou aulas mais motivadoras é adotando formatos variados nos materiais. Essa diversidade de estímulos enriquece o momento de estudo, tornando-o mais dinâmico e efetivo.
Existe uma teoria chamada estilos de aprendizagem que acredita que há perfis de pessoas que assimilam melhor os conteúdos de acordo com o formato do conteúdo, seja escrito, visual, entre outros. Experimentar recursos diferentes nas atividades pode ser uma boa ideia para melhorar os resultados educacionais.
O Poder do Exemplo
Assim como os estudos de Bandura mostraram, as pessoas aprendem muito por meio da observação do comportamento dos outros. Imagine o impacto dessa questão ao lembrar do papel do líder na dinâmica de um grupo.
Seja o gestor do setor ou o professor da turma, quem assume uma posição de liderança deve estar preparado para ser um bom exemplo para quem está sob seus cuidados e orientações. Os estudantes e colaboradores precisam de uma referência em questão de comportamentos e até mesmo na motivação para estudar.
Entender como o comportamento humano influencia nos resultados de uma empresa ou instituição de ensino é fundamental para implementar ações de aprimoramento e aumentar o desempenho de todos os envolvidos.
Existem outras teorias relevantes para se pensar no ensino em seus diferentes contextos. Descubra as etapas do processo de aprendizagem e aprimore a educação dos seus alunos e/ou colaboradores!