Ciclo motivacional: o segredo está na constância

O ciclo motivacional é uma ferramenta de gestão corporativa que foca no engajamento constante dos funcionários. Esse recurso foi criado através da crença de que profissionais motivados e comprometidos dispõem de mais sucesso em suas atividades de trabalho. 

Motivação e comprometimento são sentimentos muito almejados no contexto corporativo, mas difíceis de atingir. Sabendo da dificuldade de manter constâncias dessas duas características no ambiente de trabalho, o método do ciclo motivacional surge como alternativa para auxiliar no processo de engajamento e motivação dos colaboradores. 

Basicamente, essa ferramenta identifica as necessidades desses profissionais e encontra alternativas para saná-las, a fim de que eles se sintam mais seguros ao se depararem com uma situação singular no ambiente de trabalho.

Se você quer entender como a ferramenta do ciclo motivacional é caracterizada e como ela pode ser colocada em prática no ambiente de trabalho, neste artigo você irá conferir estas e outras informações a respeito desse movimento.

O ciclo motivacional é dividido em 6 etapas. Todas elas demonstram como satisfazer as necessidades pode influenciar o comportamento humano. São elas:

As pessoas são movidas por propósitos que estão geralmente relacionados a uma recompensa. Nesse sentido, a motivação é um conjunto de características internas de um indivíduo que o estimula a realizar certas tarefas para alcançar as metas que deseja.

O esporte é um bom exemplo de como a motivação pode impactar na capacidade de produzir e no rendimento individual e coletivo do ser humano. Várias foram às vezes que esses profissionais não renderam o esperado porque não estavam suficientemente engajados.

Um exemplo disso foi o caso da ginasta Simone Biles que deixou de participar de uma prova decisiva nas Olimpíadas de Tóquio alegando precisar focar na saúde mental. A norte-americana disse estar com exaustão extrema, portanto não conseguia se concentrar.

Não se sabe ao certo o motivo de sua exaustão, mas impactou diretamente na motivação dela de continuar a competição pela medalha de ouro de uma Olimpíada, uma premiação de muita importância no mundo dos esportes.

Ou seja, a falta de motivação leva mesmo excelentes profissionais a não corresponder às expectativas. Logo, para realizar qualquer atividade e entregar o seu melhor, ela é algo inerente. Mas assim como é muito subjetivo é motivo de desmotivação, o estímulo que leva a motivação também é diferente para cada indivíduo.

E é aí que o ciclo motivacional é importante, porque funciona como uma matriz adaptável a diversos casos.

Seria mais fácil se houvesse uma fórmula capaz de gerar motivação a todas as pessoas ao mesmo tempo, mas não existe. Cada indivíduo tem suas aspirações, seus valores e maneiras de ser, pensar e agir.

O ciclo motivacional procura explicar como a busca pela satisfação de necessidades impacta o comportamento humano e, assim, facilita o desafio de gerar motivação. No ambiente corporativo, ele é uma verdadeira vantagem porque você passa a trabalhar corretamente a motivação de cada profissional.

A frustração é a principal vilã da produtividade. A pessoa que nutre esse sentimento tende a ser menos capaz de dar respostas positivas no ambiente de trabalho. Porque se trata de um estado de desequilíbrio emocional que pode causar diferentes outros problemas psíquicos e até físicos, inclusive a famosa síndrome de burnout.

O ciclo motivacional é um método de gestão voltado para garantir funcionários constantemente engajados e, assim, evitar que a frustração aconteça. Ele ajuda a identificar o ponto chamado “estado de equilíbrio”, uma condição na qual não deve perpetuar, caso isso aconteça, gera tédio e acomodação, e se torna uma barreira para a motivação.

De acordo com a psicologia comportamental, os indivíduos precisam de uma alternância entre agito e calmaria. Essa modulação gera confiança e motivação.

Em resumo, muita facilidade gera desinteresse, grandes desafios geram sentimento de incapacidade e o resultado é desmotivação e frustração. Logo, a medida certa de responsabilidades e desafios é transformada em ânimo.

O ciclo motivacional funciona como uma ferramenta. Visto que a motivação sempre parte de necessidades individuais, ele ajuda a identificar quais são essas faltas. Ao dispor dessas informações, o setor de Recursos Humanos e os gestores conseguem implementar medidas para solucioná-las.

O modelo pode ser aplicado de forma individual ou coletiva, com uma equipe ou com toda organização. A ideia é identificar corretamente quais as possíveis causas para a falta de motivação e remediá-las.

Uma pesquisa recente realizada pela McKinsey com 167 mil pessoas evidencia que o cenário atual é bastante preocupante. O estudo conclui que o nível de motivação do profissional brasileiro está em 45, na escala de zero a cem. A média mundial é de 55 pontos.

Logo, se preocupar e adotar medidas preventivas para esse estado é essencial, não só para a saúde dos colaboradores, mas da empresa também. Uma outra pesquisa feita pela Gallup mostra que trabalhadores motivados são 12% mais produtivos, gerando mais resultado para a empresa.

Equilíbrio interno pode ser representado pelo momento em que o profissional desempenha sua função diária sem que haja imprevistos. Mas alguma circunstância não premeditada acontece, inquirindo que o colaborador coloque outra necessidade à frente, ou seja, mude o foco de sua atenção.

O equilíbrio que ele outrora tinha e que o permitia executar suas tarefas sem dificuldades é perdido e o profissional começa a ficar em tensão, que provoca insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Neste momento, características como ansiedade, tensão emocional e estresse passam a ser recorrentes no trabalho.

Depois do estado de tensão, o colaborador parte para a ação para tentar suprir a necessidade gerada, causar a satisfação e recuperar o equilíbrio (até que uma nova necessidade surja e ele passe pelo ciclo novamente). 

Se porventura ele não conseguir satisfazer suas necessidades, então surgirá um obstáculo que gerará frustração, nesta circunstância, o profissional poderá se conformar com a situação, tentar compensar a necessidade ou substituir tal desejo ou situação objetivada.

A teoria do ciclo motivacional está relacionada a conhecida Pirâmide de Maslow, pois ela enfatiza exatamente o que foi explicado antes, que o ser humano vive em um ciclo de ações e, que quando conclui uma tarefa - ou mesmo satisfaz uma necessidade, outra surge no lugar da anterior gerando uma situação cíclica. 

Ao término desta condição, vai do profissional lidar com a frustração ou com a satisfação e buscar seu ponto de equilíbrio novamente para dar espaço a outra situação.

Maslow foi um psicólogo comportamental que compartilhou sua teoria sobre hierarquia de necessidades, esta que funciona como uma pirâmide com cinco grupos de necessidades, sendo elas: fisiológicas; segurança; sociais; autoestima e autorrealização. A base é representada pelas necessidades fundamentais, pois estão relacionadas à sobrevivência, seguindo-se as demais.

Entender sobre o ciclo motivacional trata-se de uma característica indispensável para os líderes que levam como responsabilidade criar um time de alta performance. 

Sabendo que eventuais acontecimentos podem tornar todo o trabalho desmotivador e frustrante, o gestor precisa saber lidar com essas situações de modo a preparar os colaboradores para reduzir essas frustrações ou acelerar o retorno deles ao estado de equilíbrio interior, mantendo a equipe motivada e produzindo de maneira eficiente.

O ideal é que o ciclo motivacional seja usado de maneira preventiva na corporação, isso significa que ao observar e entender as características que estão presentes no ciclo, você pode promover ações estratégicas que visem diminuir a tensão para que quando surgir uma situação imprevista, a equipe saiba agir, mantendo-se motivada ao longo do percurso.

A motivação no trabalho não depende única e exclusivamente de bons benefícios, salários atraentes, ambientes bem planejados. Esses fatores auxiliam, mas não são os únicos a ser considerados quando se trata sobre como motivar funcionários e engajar equipes. Para isso:

Sem objetivos e metas não é possível dizer onde você quer que seu time chegue, sem contar que não dispor de objetivos é uma maneira de tornar o ambiente desordenado, e o sentimento de confusão também causa frustração, sendo um gatilho para tornar o local de trabalho desmotivador. Por isso procure desenvolver e trabalhar com objetivos desafiantes e metas específicas, que sejam mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais (SMART).

A missão de um líder sempre será a de orientar sua equipe, portanto dar feedbacks constantes deve fazer parte da rotina do gestor. O feedback funciona como uma ferramenta para proporcionar o aprimoramento e crescimento dos colaboradores porque trabalha com pontos positivos e possibilidades de melhoria.

O alinhamento consiste em expor as metas e objetivos estratégicos da instituição e explicar como cada equipe se encaixa nisso, ou seja, quais as responsabilidades e desafios de cada um para alcançar a expectativa que a corporação busca, é outra maneira de tornar tudo mais claro de modo a evitar o desalinhamento no ambiente corporativo. 

O treinamento é fundamental para diversos objetivos corporativos, principalmente quando o assunto é motivação nas organizações. É importante fazer com que os colaboradores entendam que essa é uma ferramenta para promovê-los e proporcionar crescimento em suas carreiras.

O ciclo motivacional é uma ferramenta de trabalho, portanto sua eficácia irá depender exclusivamente da forma como sua empresa irá aplicá-la. É preciso estudá-lo a fundo, de modo a entender cada fase, relacionando sempre ao seu ambiente de trabalho para então determinar as estratégias que sejam coerentes com sua realidade, só assim elas trarão resultado.
Se aprofunde no assunto e confira algumas práticas que você pode desenvolver para motivar seus colaboradores no trabalho em equipe, leia o texto: Como alcançar e preservar a motivação no trabalho em equipe? para obter outras dicas.