O Full Time Equivalent (FTE) é um indicador de RH que pode ajudar a empresa a entender melhor a produtividade dos colaboradores e a organizar os trabalhos da forma mais eficiente possível, melhorando assim o desempenho dos funcionários.
O que você vai ver neste artigo:
Quer saber mais como funciona esse controle? Descubra o que é e como calcular o Full Time Equivalent (FTE) e melhore a produtividade da sua equipe!
Produtividade e Tempo: uma relação complexa
Nenhum funcionário é produtivo o tempo todo, do momento em que bateu o cartão para entrar até o momento de saída. Por mais concentrado, organizado, eficiente ou profissional que seja, os colaboradores sempre precisarão de um tempinho para espairecer, tomar um café, conversar sobre assuntos aleatórios, dar uma olhada nas redes sociais, ver a paisagem… Afinal, somos todos seres humanos, não robôs.
Ter mais tempo não significa render mais, porém, sem ter mais horas é impossível conseguir realizar uma grande demanda de tarefas, ainda mais quando as obrigações acumulam. A sobrecarga e problemas na alocação das atividades, além de prejudicar a produção, podem desmotivar os funcionários e, nos piores casos, colaborar para o aumento do turnover — gerando custos financeiros, intelectuais e produtivos.
O RH sempre deve pensar em estratégias para melhorar a produtividade e o clima interno, fortalecendo a motivação e engajamento dos colaboradores. Por isso, é preciso ficar de olho tanto nas relações humanas quanto no que os números dizem a respeito da equipe.
E é por isso que métricas como o FTE existem.
O que é o Full Time Equivalent (FTE)?
Em linhas gerais, o Full Time Equivalent (FTE) é um controle das horas trabalhadas, formando uma contagem que desconta os momentos de relaxamento e distração que ocorrem normalmente no dia a dia. Esse cálculo usa a média dos dias úteis de trabalho dos colaboradores ou então compara-se o resultado com o período integral.
O FTE é um indicador usado para o RH entender como anda a carga de trabalho, delegando as demandas de acordo com as necessidades dos funcionários, departamento e empresa. Ele pode ajudar na tomada de decisões estratégicas referentes à gestão de pessoas e fluxos de trabalho, otimizando as atividades e aliviando a pressão.
Tudo é feito por meio de um cálculo simples, que pode ser usado inclusive para comparar cargas de trabalho diferentes. Além disso, o Full Time Equivalent pode ajudar na elaboração de metas dos funcionários e setores.
A avaliação de desempenho é uma ferramenta bastante utilizada para verificar a performance de cada colaborador, no entanto, usar outros indicadores em conjunto pode ajudar o RH a entender melhor o contexto e montar ações mais efetivas. Por isso o FTE é muitas vezes incorporado no grupo de métricas de um negócio.
O que é FTE em projeto?
FTE (Full-Time Equivalent), em português Equivalente a Tempo Integral, é uma medida usada em projetos para calcular o tempo de trabalho de uma determinada atividade ou projeto em tempo integral.
Por exemplo, se um projeto requer 40 horas de trabalho por semana de um recurso humano em tempo integral, então esse recurso seria considerado como 1 FTE. Se uma atividade exigir apenas 20 horas por semana, então seria equivalente a 0,5 FTE.
Utilizar o conceito de FTE ajuda os gestores entenderem a capacidade de trabalho disponível e a distribuir tarefas de forma equilibrada entre os membros da equipe.
O que é FTE em finanças?
Em finanças, FTE (Full-Time Equivalent) pode referir-se a diferentes contextos, mas geralmente é utilizado para calcular o custo ou a alocação de recursos humanos.
1. Custo de Pessoal: Em algumas análises financeiras, especialmente em departamentos de recursos humanos e contabilidade, FTE é usado para calcular o custo total de uma equipe. Por exemplo, se uma empresa tem 10 funcionários em tempo integral e 5 em meio período, o número total de FTEs seria 12,5 (considerando que meio período é 0,5 FTE).
2. Alocação de Recursos: Em planejamento financeiro, FTE pode ser usado para determinar a quantidade de trabalho disponível em uma equipe e como os recursos humanos são alocados em diferentes projetos ou departamentos. Isso é útil para garantir que as equipes sejam adequadamente dimensionadas para atender às demandas do negócio.
Em ambos os casos, FTE é uma métrica importante para entender e gerenciar os custos e recursos humanos de uma organização.
Qual o FTE ideal?
Determinar o FTE ideal depende inteiramente do contexto específico de cada organização, projeto ou departamento. Não há um número único que possa ser considerado "ideal" em todos os casos. No entanto, existem algumas considerações gerais a serem feitas ao determinar o FTE ideal. É preciso avaliar se:
- atende às demandas específicas do projeto ou negócio, garantindo recursos suficientes para eficiência e cumprimento de prazos;
- Equilibra eficiência e produtividade, evitando subutilização ou sobrecarga de recursos;
- Está alinhado com o orçamento disponível; e
- Oferece flexibilidade para lidar com mudanças nas demandas do projeto ou mercado.
O FTE ideal é dinâmico, buscando o equilíbrio entre necessidades operacionais, recursos financeiros e eficácia da equipe.
Por que usar o Full Time Equivalent (FTE)?
Esse controle é usado especialmente para otimizar a força de trabalho na empresa, identificando pontos críticos e a necessidade de realocação dos talentos e das tarefas. O RH pode considerar que os resultados indicam a necessidade de alterar as condições de serviço, aliviando colaboradores sobrecarregados — para evitar desgastes — e aproveitando melhor as competências dos trabalhadores.
Essa ferramenta pode ser aplicada para verificar se é necessário fazer contratações adicionais (inclusive de forma temporária) na equipe, justamente para reduzir a sobrecarga e aumentar a produtividade, ainda mais em períodos de maior demanda. Nesse sentido, o FTE permite com que as entregas sejam melhores, tanto para o negócio quanto para os funcionários.
O indicador também consegue comparar a produtividade dos colaboradores em geral, verificando se algum profissional não está gerando tantos resultados quanto poderia. Nesse caso, o RH é capaz de investir em ações para mudar esse cenário, como treinamentos para capacitar e motivar o funcionário com baixa performance.
Além disso, o FTE pode ser usado para identificar o aumento de índices preocupantes, como o absenteísmo, que prejudicam a produtividade e dinâmica nos departamentos e podem sugerir problemas ainda maiores na gestão de pessoas.
Desta forma, esse indicador pode ser uma ótima ferramenta para o RH investigar situações negativas nas equipes, descobrir suas causas e desenvolver estratégias para tornar a equipe mais eficiente, motivada e equilibrada.
Como calcular o Full Time Equivalent (FTE)?
Fazer o cálculo do FTE é mais simples do que parece. No entanto, é importante considerar dois aspectos:
- Excluir a contagem das férias, feriados e faltas justificadas;
- Considerar as faltas não justificadas.
Sendo assim, para se calcular o Full Time Equivalent da empresa é preciso usar a seguinte fórmula:
FTE = Horas de trabalho de um colaborador
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Limite de jornada em tempo integral
Exemplo: em uma jornada tradicional de 40 horas semanais, um dos profissionais se concentra, nesse mesmo período, por 35 horas.
FTE = 35
——
40
FTE = 0,875 ou, melhor,
FTE = 87%
Mas, no caso de um funcionário que suas horas de trabalho superam o período estipulado, como em 50 horas:
FTE = 50
——
40
FTE = 1,25 ou, melhor,
FTE = 125%
Isso mostra o quanto ele trabalhou acima do horário tradicional, fazendo hora extra — o que, com o tempo, pode prejudicar sua motivação, engajamento e produtividade devido ao excesso.
Essa conta também pode ser feita considerando a equipe inteira, avaliando o desempenho do grupo. Em vez de calcular por pessoa, soma-se as horas trabalhadas e a jornada completa de todos, descobrindo se há sobrecarga de trabalho ou se há perda de produtividade no departamento.
Assim, o RH tem uma ferramenta simples, mas cheia de funcionalidades, para compreender como anda a produtividade dos colaboradores e equipes. Além disso, com ela é possível otimizar os recursos e esforços usados em relação à contratação, utilização de equipamentos e o pagamento de salários e benefícios.
Assim, os dados confiáveis e indicadores ajudam o setor a tomar decisões assertivas e fortalecer a gestão de pessoas e, consequentemente, o desempenho da empresa.
Mas, para transformar esse setor, não basta apenas adotar indicadores: é preciso implementar ações eficientes e inovadoras para extrair o melhor dos colaboradores, encontrar novos talentos e retê-los na organização.
É importante ficar atento às tendências e estratégias para não deixar passar oportunidades e otimizar os processos do departamento. Quer saber mais sobre como fortalecer sua gestão de pessoas? Descubra 3 ações inovadoras de RH para grandes empresas!