De acordo com dados do IBGE, cerca de 33% das empresas brasileiras são consideradas inovadoras
No geral, inovar significa criar ou transformar um produto/serviço existente. Esse termo é muito adotado por empresas atuais que buscam criar ou remodelar seus negócios para transformar a maneira com que a sociedade se relaciona com o mundo e realiza diversas atividades.
Quem fica parado acaba perdendo espaço no mercado. Por isso é importante investir continuamente em novidades, seja dos processos, produtos ou serviços, modelo de negócios, ou outras áreas da empresa.
Nesse sentido, implantar inovações incrementais e radicais pode fazer toda diferença para o desempenho da organização.
Quer saber mais sobre esses tipos de inovação? Confira este artigo e saiba aproveitá-las no seu negócio!
O que você vai ver neste artigo:
Afinal, qual o conceito de inovação?
O conceito de inovação sempre foi explorado pelo mercado, mas a partir da existência de startups ele ficou ainda mais difundido na sociedade. De modo geral, inovar significa criar algo do zero, renovar ou recriar. Logo, está diretamente relacionado à mudança e/ou melhorias de algo já existente.
O conceituado escritor e professor austríaco Peter Drucker remetia à inovação a habilidade de transformar ideias, ferramentas, produtos e serviços já existentes em algo rentável, que gere riqueza. Segundo suas palavras, “qualquer mudança no potencial produtor-de-riqueza de recursos já inexistentes constitui inovação”.
Para complementar esse significado, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Manual Oslo, se refere à inovação como:
“...um produto ou processo novo ou aprimorado (ou uma combinação dos dois) que difere significativamente dos produtos ou processos anteriores da empresa e que tenha sido introduzido no mercado ou colocado em uso pela empresa”.
OCDE é referência mundial quando se trata de conceitos e metodologias voltadas para analisar a inovação organizacional. E ao se aprofundar neste conceito, ela explica que existem componentes centrais que o caracteriza bem.
O primeiro deles é o conhecimento, prático, técnico e científico. De acordo com a organização, ele serve como pilar para o processo de solução de problemas, prospecção e desenvolvimento de novos negócios ou aprimoramento de produtos, ou seja, inovações.
Outro fator implícito no conceito de inovação é a implementação, pois ela é responsável por diferenciar inovação de outros termos, como o de invenção. A inovação acontece quando é colocada em uso. Ou seja, para ser caracterizada inovadora, a proposta deve ser aplicada.
O que é inovação incremental?
Inovação incremental é o termo utilizado para se referir às melhorias e mudanças realizadas em produtos e/ou serviços já existentes e inseridos no mercado. É uma prática focada em aperfeiçoar a experiência do consumidor para permanecer relevante durante o tempo.
Isso porque mesmo que hoje o produto/serviço seja moderno e tecnológico, é comum que conforme o tempo ele se torne ultrapassado. Assim, adotar a inovação incremental é uma estratégia para garantir que essa ideia inovadora permaneça assim, se mantendo no mercado competitivo.
O que é inovação radical?
Inovação radical é a transformação total de um produto ou serviço. É a criação de uma oferta que atualmente não é disponibilizada pela empresa. Consiste na mudança de público-alvo, no modelo de negócio de mercado.
Esse conceito está relacionado a ruptura de paradigmas tradicionais de um determinado mercado. Portanto, é uma abordagem adotada para desenvolver novos mercados, implementar novos conceitos e soluções para as necessidades presentes.
Em outras palavras, para ser caracterizada inovação radical, a ideia em forma de produto ou serviço precisa ser diferente de outras já existentes e presentes no mercado.
Resumidamente, a inovação radical:
- Deve transformar o relacionamento entre consumidores e fornecedores, reestruturar o panorama econômico do mercado que está inserido, abalar produtos existentes e ser fonte da existência de novas categorias de produtos;
- Precisa ser singular, diferente de tudo o que já existe no mercado;
- Deve ser adotada como solução de algum problema existente e influenciar o mercado.
A Importância da Inovação
Atualmente a inovação é algo desejado e buscado por empresas de todos os tipos. E isso não é à toa: nas últimas décadas, negócios que investiram nessa direção acabaram desbancando organizações tradicionais, que estavam no topo de seus mercados.
Não é difícil lembrar o que aconteceu com as fabricantes de máquinas de escrever e grandes redes de locação de vídeos, que não investiram em uma cultura voltada a esta questão.
A sobrevivência do negócio, ainda mais em setores que sofrem constantes mudanças, pode muitas vezes depender da capacidade de inovação da organização — seja em seus produtos e serviços ofertados, ou seja internamente.
Essa qualidade está em todos os lugares, de um modelo diferente de calçado ou um recurso adicional em redes sociais, sendo demandada por empresas de todos os tamanhos e segmentos de mercado.
Muitos acham que a inovação ocorre apenas nos produtos e serviços oferecidos aos clientes, mas isso é um engano: existem diferentes modos e até escalas em que essa competência pode ser adotada nas empresas.
Os Diferentes Tipos de Inovação
Apesar da maioria imaginar a inovação primeiro como algo voltado a produtos e serviços, essa postura é maior do que isso: é possível transformar diversas áreas de um negócio com esta conduta.
- Inovação de produtos e serviços: desenvolve soluções novas ou aprimora os recursos existentes para os clientes, gerando maior valor para o público e mais vendas a empresa;
- Inovação de marketing: promove novas formas de divulgar a empresa, seus produtos, serviços e cultura, atraindo mais clientes e aumentando o engajamento com a marca;
- Inovação de processos: permite a otimização das atividades internas da organização, ajudando a tornar as operações mais rápidas, práticas, além de reduzir gastos e aumentar a produtividade e resultados;
- Inovação do modelo de negócios: uma mudança na forma em que a empresa é conduzida, como ela gera valor ao cliente, suas atividades principais e outras questões fundamentais;
- Inovação organizacional: são mudanças na gestão e administração da empresa, inclusive no trabalho do RH e no estabelecimento de parcerias externas.
Essa lista mostra como a inovação dentro das empresas é algo maior do que costumam imaginar, impactando todas as áreas de um negócio — do relacionamento com o cliente à gestão de pessoas e processos internos.
Além dessas classificações, é possível dividir a inovação de acordo com o grau de seu impacto na empresa e públicos: em incremental e radical.
Inovações Incrementais e Radicais: quais são as diferenças?
Uma divisão importante ao falarmos de inovação é entre radicais e incrementais: as duas classificações oferecem características, vantagens e limitações próprias. As empresas devem conhecer e aproveitar os dois tipos, transformando suas operações internas e os produtos e serviços colocados no mercado.
Os nomes já dão pista do que significam: quanto maior for a novidade gerada pela solução, ela será algo radical; se a novidade for menor, será incremental. Fácil de entender, não? Porém esta simples definição carrega desdobramentos para as empresas que as adotam.
Inovações Radicais
São aquelas que mudam o jogo: criam novos mercados; oferecem produtos e serviços revolucionários e quebram diversos paradigmas. Antes ninguém havia apostado — de forma global e aproveitando os recursos tecnológicos — em alugar quartos ou casas, nem usar seu próprio carro como motorista particular e cobrar valores menores do que os taxistas.
As inovações radicais são as mais famosas e impactantes no mercado. No entanto, investir neste tipo de solução não é algo fácil: elas costumam demandar maiores investimentos — tanto financeiros, de esforços, pesquisa, tecnologia e tempo —, além de apresentarem o risco de não trazerem os resultados desejados. Se fossem tão simples de serem alcançadas, o mundo corporativo e a sociedade em geral estariam irreconhecíveis a esta altura.
Mas nem toda inovação precisa fazer um estardalhaço no mercado para gerar resultados e ser uma ótima novidade.
Inovações Incrementais
Este é o tipo de inovação mais comum: a que busca melhorar algo já existente. Esse aprimoramento pode ser aplicado em produtos, serviços e até processos, reduzindo gastos e aumentando o valor daquilo que é ofertado ao cliente.
A inovação incremental oferece menos riscos às empresas, tanto em relação a investimentos financeiros, quanto a resultados. Demandam menos tempo de desenvolvimento e implementação do que as radicais, justamente porque não se propõem ou geram uma transformação tão grande.
Apesar de receber menos atenção do que as inovações radicais, esse tipo tem um grande valor: se a empresa não desenvolveu uma novidade de mercado, ela pode se diferenciar ao apresentar a melhor solução, com novos recursos e que satisfaça mais o cliente. Assim, ela também consegue se destacar da concorrência e garantir seu espaço.
Para facilitar, podemos dar um exemplo simples da diferença entre as duas: a criação das redes sociais foi uma inovação radical, enquanto o desenvolvimento da ferramenta de conteúdos com prazo de exibição (feito no Snapchat e copiado como Stories no Instagram, Facebook, Whatsapp, Twitter e outros) foi incremental. Enquanto uma revolucionou o mercado, a outra buscou melhorar algo já existente.
Independentemente de seu impacto, os dois tipos de inovação tem sua importância e — se bem desenvolvidas e executadas — geram ótimos resultados para o negócio. Cabe à empresa avaliar quando investir em uma radical ou incremental, além de decidir qual área deseja impactar com novas soluções.
Para isso é importante desenvolver uma cultura de inovação na organização, que permita liberdade de criação aos profissionais e fortaleça a qualidade de seu trabalho, pois muitas ideias saem de dentro do negócio, às vezes até de onde se menos espera.
Isso tudo é feito com uma mudança na cultura organizacional, além do investimento em treinamentos corporativos para capacitar técnica e comportamentalmente os colaboradores.
Qual o melhor tipo de inovação para minha organização?
O contexto mercadológico atual exige que inovar seja uma questão de sobrevivência. As empresas que não investem nesse processo estão fadadas a perder seu lugar no mercado e, até mesmo, ser dispensadas, foi o que aconteceu com a marca Kodak e as locadoras, por exemplo.
Você deve estar se questionando qual modelo de inovação melhor se adéqua ao seu modelo de negócio. E a verdade é que não existe uma resposta pronta. É necessário observar alguns aspectos para então chegar a tal conclusão. Veja, a seguir, quais são eles.
Observe seu mercado e concorrentes
Um dos segredos para implementar inovações de sucesso é realizar benchmark, pois com ele você consegue analisar as boas práticas do mercado e dos concorrentes.
Dentre as informações que conseguirá coletar é referente às lacunas existentes no mercado. Assim descobrirá quais oportunidades existem para criar algo que supra uma necessidade dos consumidores.
Analise as demandas do seu público
Assim como é importante olhar o mercado e observar como ele se comporta, é essencial analisar as necessidades do seu público-alvo. Mesmo que existam inúmeros modelos de inovação, aqui você vai pensar naquele que faz mais sentido para os clientes que deseja atrair.
Planeje-se para as mudanças
Após analisar o mercado e o público que deseja atingir, você deverá olhar para a sua empresa, quais recursos ela precisará dispor para tornar tudo possível? Ela precisará adentrar em outro nicho? Ou seja, o próximo passo deve ser planejar.
O ideal é fazer um estudo de viabilidade financeira, ter uma ideia de quanto tempo levará para essa mudança ser implementada e fazer um Minimum Viable Product (MVP), em português “produto mínimo viável”, para testá-lo.
Quer saber mais como transformar o cenário na sua empresa e se abrir ao novo? Confira o artigo Utilize a criatividade e a inovação e passe longe do fracasso!