A microgestão é uma situação comum em diversas empresas, porém que traz consequências negativas para os negócios, gestores e colaboradores. Esse excesso de atenção acaba gerando impactos no clima organizacional e até mesmo na produtividade geral.
Descubra por que a microgestão é tão danosa em uma empresa e evite esse problema na sua equipe!
Microgestão: o que é e a diferença entre cuidado e controle excessivo
Um líder sempre deve acompanhar o desempenho dos colaboradores e profissionais envolvidos em sua equipe, verificando não somente o andamento dos trabalhos como até a motivação e situações pessoais de cada funcionário, fortalecendo o relacionamento com seus liderados e aumentando seu engajamento.
Existem ferramentas criadas para fazer esse processo, como o One-on-One e a avaliação individual de desempenho, por exemplo. Elas ajudam os gestores a fazerem um acompanhamento frequente para identificar problemas antes que piorem, além de oportunidades de carreira, despertando o melhor de cada profissional e evitando situações prejudiciais como a saída de talentos.
Essa conduta é saudável e positiva, tanto para o líder, como para o profissional e empresa — o que não é o caso da microgestão. Nela, o gestor tem um controle excessivo sobre o trabalho de seus liderados, querendo que cada ação e tarefa passe por sua aprovação, centralizando todos os processos em si, reduzindo a autonomia da equipe e realizando cobranças consideradas arbitrárias.
Essa situação pode até piorar no caso trabalho remoto, por conta das características e rotina diferenciada que podem despertar o estranhamento da liderança, ainda mais sem preparo anterior ao adotar o modelo.
Em uma escala exagerada, alguns gestores acabam controlando até mesmo os horários do funcionário, incluindo o momento de tomar um cafezinho ou ir ao banheiro. Infelizmente em certas empresas essa prática é comum, no entanto, traz seus efeitos negativos na motivação dos colaboradores e clima interno.
Mas não é só em casos extremos que a microgestão acontece. Muitas vezes o líder pode acabar deslizando para essa postura sem a intenção e consciência, ainda mais com a pressão e correria do dia a dia recaindo sobre seus ombros.
No entanto, é fundamental que o gestor esteja atento a maneira com que se relaciona com sua equipe e a parceria que está construindo, adotando ações de melhoria contínua na gestão de equipes e evitando prejudicar o clima interno e produtividade de seus liderados.
Os Problemas da Microgestão de Equipes
Os líderes têm um papel importante na gestão de pessoas: eles são o contato principal de uma empresa com seus colaboradores, alocando seus talentos nas tarefas adequadas e fortalecendo sua motivação e engajamento.
A postura de microgestão é bastante prejudicial nessa dinâmica, gerando diversos impactos negativos tanto para o funcionário, quanto à empresa e ao próprio líder:
Mal aproveitamento dos talentos
O excesso de controle dos gestores sobre as tarefas e rotinas pode acabar podando o talento dos profissionais. Em vez de terem espaço para usarem suas competências, eles terão que alinhar seus trabalhos às expectativas rígidas de seu líder, deixando de inovar e trazer suas expertises para melhorar os processos internos.
Esta questão pode reduzir a motivação e engajamento dos colaboradores, por não se sentirem valorizados ou desafiados na organização, o que refletirá em sua produtividade e clima interno.
Falta de autonomia
O controle do gestor acaba cortando a autonomia de uma equipe, tornando os colaboradores muito dependentes de seu líder e, consequentemente, diminuiu sua autoconfiança. O que aconteceria se este chefe momentaneamente se afasta ou sai definitivamente da empresa?
Mesmo que o líder continue na organização, essa situação é nociva para o trabalho dos colaboradores que deixarão de evoluir profissionalmente.
Redução da motivação
O excesso de controle pode desmotivar os colaboradores, que se sentirão podados e não desafiados pelo trabalho. Isso prejudica sua produtividade e qualidade do serviço, pois não irão se dedicar como antes.
A falta de motivação e valorização pode ser um grande motivo para o pedido de desligamento por parte dos colaboradores. Com frequência, a rotatividade gera prejuízos intelectuais, produtivos e financeiros a empresa.
Sobrecarga do gestor
Não são apenas os colaboradores os prejudicados com a microgestão. Por esse excesso de controle, o líder corre o risco de se sobrecarregar de tarefas: tendo que lidar com suas obrigações e acompanhar as de seus funcionários. Se esta conduta é até possível em uma equipe pequena, imagine a tentativa de se realizar essa supervisão exagerada em uma grande organização.
Isso pode impactar negativamente sua produtividade e qualidade do serviço, afinal não é possível fazer tudo sozinho, sem delegar tarefas e confiar em seus liderados. Além disso, essa sobrecarga irá influenciar no seu bem-estar, gerando ainda mais estresse e problemas, tanto profissionais quanto pessoais.
Como Evitar a Microgestão?
O excesso de controle dos líderes prejudica todos os envolvidos, inclusive a empresa como um todo. Como vimos, a microgestão pode reduzir a capacidade de inovação, aumentar a rotatividade de pessoal e impactar a produtividade e qualidade dos trabalhos.
Por mais que seja difícil resistir ou até saber no dia a dia até que ponto o acompanhamento das atividades dos colaboradores é saudável ou se torna excesso, existem algumas maneiras de escapar dessa armadilha que é a microgestão.
Treinamento da liderança
A primeira forma de evitar esse problema é investir em um treinamento especial para os líderes, desenvolvendo habilidades subjetivas como a inteligência emocional. Os gestores podem aprender a terem maior consciência de suas atitudes, acompanhar o trabalho dos colaboradores sem ser excessivo, estimular a autonomia e confiança na equipe, entre outras qualidades.
Estimular a autonomia
Outra ideia é incentivar o surgimento das equipes autogerenciáveis, dando maior liberdade e confiança para os talentos da empresa. Assim eles serão mais proativos e seguros em suas atividades, melhorando sua produtividade e qualidade do serviço.
Investir no recrutamento e seleção
Contratar profissionais competentes, tanto tecnica quanto comportamentalmente, é uma ótima maneira de montar uma equipe eficiente e que não dependa tanto do controle do líder, que pode acabar deslizando para o microgerenciamento sem querer caso os colaboradores não sejam tão qualificados quanto o seu cargo necessita — mas que podem ser treinados para despertar seu potencial.
Além de todos esses cuidados, um líder sempre deve estar atento às mudanças nas relações profissionais para não ser surpreendido. Descubra como deve ser a gestão da força de trabalho do futuro e se prepare!