NR-1 do papel à prática: estratégias para implementar e proteger a saúde mental dos colaboradores

A NR-1, Norma Regulamentadora nº 1, foi atualizada para incluir a avaliação dos riscos psicossociais nas empresas e deve ser cumprida por negócios de todos os portes e segmentos. Essa mudança entrará em vigor a partir de 25 de maio de 2025. 

Confira neste artigo como adaptar sua empresa e RH para aderir à regulamentação e garantir a saúde e bem-estar dos seus colaboradores!

A NR-1 é a norma que define as regras e ações que uma empresa deve seguir para evitar acidentes e garantir a saúde e a segurança de seus funcionários, listando os riscos ocupacionais e padronizando os métodos para reduzi-los nos ambientes de trabalho. Essa regulamentação está em vigor desde 1978, mas recebe contínuas atualizações por meio de portarias do Ministério do Trabalho.

A implementação dessa regulamentação garantiu melhores condições laborais e a redução de doenças ocupacionais para os trabalhadores brasileiros e a segurança e proteção legal para as empresas. 

Um acidente ou problema de saúde envolvendo um funcionário ocasiona uma série de impactos negativos na equipe, inclusive com o afastamento de profissionais — o que gera perda na produtividade e na qualidade do serviço — além de expor a organização a problemas jurídicos. 

Seguir as diretrizes da NR-1 e de suas portarias significa reduzir as chances de problemas como estes acontecerem, preservando tanto os colaboradores como a empresa.

A NR-1 se desdobra em várias portarias, cada uma focada em uma categoria específica. Por exemplo, há a NR-35 que regulamenta as atividades feitas em altura, enquanto a NR-22 é voltada a empresas do ramo de mineração. Também há normas mais gerais, como a NR-23 que orienta a respeito de prevenção de incêndios e a NR-17 para problemas relacionados à ergonomia. 

A principal alteração na portaria da NR-1 é que os riscos psicossociais passaram a ser explicitamente incluídos no gerenciamento de riscos ocupacionais (GRO). Ou seja, assim como a empresa deve identificar qualquer risco à saúde física de seus colaboradores e zelar por seu bem-estar, ela também deve estar atenta a sua saúde mental e social e investir em estratégias para preservar seus funcionários neste âmbito.

De acordo com a atualização, a empresa deve identificar os riscos psicossociais a que os seus colaboradores estão submetidos — como metas excessivas, jornadas extensas, assédio moral e sexual, conflitos internos, falta de suporte e de autonomia no trabalho, entre outros — e implementar estratégias para combatê-las. 

Situações como estas geram transtornos como estresse, depressão, ansiedade e vários problemas de saúde mental aos profissionais, que podem acarretar no seu adoecimento e até mesmo afastamento do trabalho. 

Assim, o MTE está implementando normas claras para proteger os trabalhadores e as organizações, garantindo a saúde e segurança nos ambientes corporativos.

Negócios de todos os portes e segmentos com funcionários em regime CLT devem se adequar às normas atualizadas da NR-1 2025. No entanto, considerando a norma geral, empresas de pequeno porte (EPPs), médias (MEs) e microempreendedores individuais (MEIs) podem ter regras diferenciadas: por isso é fundamental conhecer as regulamentações e legislações específicas aplicadas ao seu negócio. 

O descumprimento dessa regulamentação — além de colocar os profissionais em situação de risco e comprometer sua produtividade e qualidade de serviço — deixa a empresa vulnerável a multas, denúncias, ações judiciais e penalizações, que irão acarretar em gastos desnecessários e uma série de prejuízos internos.

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A atualização 2025 da NR-1 traz uma série de impactos positivos para os trabalhadores e empresas brasileiras.

Vários estudos apontam o aumento dos índices de problemas psicológicos na população brasileira, como depressão, transtorno de ansiedade e estresse excessivo — alguns inclusive ligados diretamente ao trabalho, como no caso do burnout.

As normas atualizadas da NR-1 foram pensadas para combater essa tendência, zelando pela segurança e bem-estar dos profissionais. Ao cumprí-las, a empresa promove um ambiente de trabalho mais saudável, o que reflete positivamente na qualidade e produtividade dos colaboradores, em sua motivação e engajamento e até mesmo na retenção dos talentos. 

A primeira boa prática é conhecer bem as normas e portarias voltadas à segurança no trabalho, verificando quais são obrigatórias e pertinentes à sua realidade e natureza.

Há empresas que possuem uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA) para avaliar os riscos e até mesmo acompanhar os casos de acidentes que ocorram na companhia. Essa comissão é obrigatória a organizações com 20 ou mais funcionários, devendo seguir uma série de regras estabelecidas na NR-05. 

Obrigatória ou não, se atentar a este órgão e incentivar seu bom funcionamento é uma excelente prática para reduzir os problemas de saúde e segurança na empresa. Muitas também promovem ações como a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) para conscientizar seus colaboradores sobre a importância desses cuidados e como evitar problemas. 

Além disso, o RH também pode contribuir com essa questão, como será abordado mais adiante neste artigo.

Além dessas práticas, a empresa pode e deve investir em outras ações para garantir o bem-estar de sua equipe.

Todos os funcionários devem ser orientados sobre os riscos e formas de se precaver em relação à sua saúde e segurança no trabalho, além de serem incentivados a terem uma postura participativa nas estratégias da companhia pertinentes a esta questão.

Porém, para além da obrigatoriedade, é importante garantir o engajamento dos funcionários nos treinamentos de segurança para que eles realmente se conscientizem a respeito dos riscos e os evitem, reduzindo assim os índices de acidentes de trabalho e até mesmo de afastamentos. A mesma lógica também pode ser aplicada para a atualização 2025 da NR-1, englobando os riscos psicossociais. 

Além dos controles como a CIPA, as empresas podem implementar ferramentas e estratégias para monitorar a situação psicossocial de seus colaboradores e na organização, diagnosticando o cenário atual e mapeando as ameaças. 

Verificar o clima interno, realizar avaliações de desempenho, fazer pesquisas anônimas frequentes, contratar psicólogos e outros profissionais da área, inclusive consultores terceirizados, são algumas estratégias para começar a aderir à regulamentação.

O RH é imprescindível nas estratégias de segurança e bem-estar no trabalho:

O setor deve atuar para que os colaboradores se sintam confortáveis no trabalho, monitorando e aprimorando o clima interno e os relacionamentos na equipe — inclusive com a liderança. 

Também é fundamental adotar estratégias para manter os profissionais motivados, pois assim eles serão mais produtivos, eficientes e felizes no trabalho.

Seguir a NR-1 não é algo que parte apenas da empresa: os colaboradores também devem se envolver nesse assunto e serem conscientizados a aderir às orientações. Nesse sentido, o RH deve promover ações para treinar e engajar os funcionários nas atividades, reforçando a importância da regulamentação para a sua saúde, bem-estar e segurança no trabalho.

Investir em metodologias inovadoras nessa estratégia é uma excelente ideia para atrair e reter a atenção dos colaboradores nos treinamentos e ações de engajamento. Descubra como a gamificação pode melhorar a experiência do treinamento corporativo e crie um ambiente de trabalho saudável para sua equipe!