No início do século 18, o governo britânico lançou uma campanha para resolver um grande desafio: desenvolver um sistema preciso de navegação. Quem apresentasse a melhor solução ganharia um prêmio em dinheiro, e claro, muita fama. O vencedor foi John Harrison, relojoeiro que inventou o cronômetro marítimo. Esse é um exemplo clássico de crowdsourcing.
Neste artigo, explicaremos o que significa crowdsourcing, quais são os seus benefícios para as empresas e de que maneira as organizações têm conseguido resultados positivos com a sua implantação, entre outros temas relacionados, como
inteligência coletiva. Acompanhe!
O que é crowdsourcing?
O mundo conheceu a palavra crowdsourcing em um
artigo da revista Wired. Nele, o jornalista Jeff Howe explicava sobre a necessidade de Claudia Menash, então diretora de um projeto do National Health Museum nos Estados Unidos. Ela precisava de fotos de pessoas doentes para uma exposição sobre pandemias.
Depois de uma negociação fracassada com o fotógrafo freelancer Mark Hamel, ela recorreu ao site iStockphoto, que é uma plataforma de compartilhamento de imagens a preços acessíveis. Foi a salvação do projeto. Referindo-se a essa situação, Jeff Howe usou o termo crowdsourcing: crowd (multidão) e sourcing (terceirização). Assim, quando um grupo de pessoas se reúne para somar seus conhecimentos e experiências, estamos diante de um crowdsourcing.
Alguns confundem esse conceito com outro similar: o crowdfunding. Contudo, crowdsourcing envolve uma inteligência coletiva em torno do desenvolvimento de uma ferramenta ou serviço. Já o crowdfunding se refere à reunião de investidores para injetar capital em um projeto.
Quais são suas vantagens para as empresas?
Diante da velocidade dos negócios poucas empresas tem recursos (pessoas e dinheiro) há vontade para contratar profissionais de alto desempenho conforme demanda. Mesmo que disponha destes recuros levará tempo para que eles criem valor de forma efetiva. Por isso criar uma cultura centrada na escuta estratégica do coletivo é muito mais ágil e benéfica para toda a organização. Confira.
Inovação permanente
Atualmente, a inovação é a regra para a sobrevivência no mundo corporativo. Por isso, muitas empresas investem alto em estratégias que incentivam a geração de novas ideias para as suas demandas. Apesar de os colaboradores serem a principal engrenagem da inovação, profissionais externos potencializam os resultados.
Quando a empresa utiliza só mão de obra interna, a inovação fica limitada. Pense em como a instituição seria beneficiada se, enquanto os funcionários estão focados em um único projeto, outros empreendimentos fossem levados a diante com a ajuda da inteligência coletiva externa?
Firma-se um ciclo de inoação permanente e sustentável. Sem falar que a empresa abre suas portas para um rico acervo cultural vindo das vivências de profissionais do mundo todo, renovando seu ambiente interno.
Colaboração entre funcionários
No passado, os projetos eram decididos e desenvolvidos pelo alto escalão das organizações, enquanto os subordinados cumpriam funções específicas com pouca ou nenhuma interação. No entanto, quando o crowdsourcing é implantado, os
funcionários aprendem a colaborar entre si.
Uma vez que todos são convidados a participar de um projeto, há uma mesclagem da expertise dos colaboradores com a dos profissionais externos. Um exemplo são os hackathons (maratonas da inovação), eventos nos quais os participantes têm um prazo para apresentarem uma ideia que revolucione um produto, marca ou serviço.
Baixo custo
Muitas empresas usam o outsourcing (terceirização) para garantir a rapidez e a qualidade dos serviços especializados. Embora seja uma prática comprovadamente eficiente, ela apresenta algumas deficiências. Por exemplo, os custos com esse tipo de contratação, mesmo sendo menores do que os da utilização de mão de obra interna, ainda encarecem o orçamento.
Por outro lado, o crowdsourcing é um serviço encomendado por demanda. Nesse caso, há um bom aproveitamento dos recursos financeiros, visto que o profissional contratado ganha exatamente pela complexidade e tempo gasto com o trabalho. Outro benefício é a oportunidade de adquirir o serviço de profissionais especializados, sem precisar investir em treinamento ou arcar com as despesas trabalhistas de um colaborador contratado.
E que organizações já utilizam esse conceito?
Existem muitos casos de sucesso entre as organizações de pequeno, médio e grande porte com a implantação do crowdsourcing. Veja abaixo.
Grupo Educacional Apollo
Essa instituição é líder na educação de ensino superior nos Estados Unidos. Só para se ter uma ideia da sua grandeza, são administrados por ela mais de 250 mil alunos divididos em quatro universidades. No entanto, o Grupo Educacional Apollo enfrentou uma séria crise de engajamento dos colaboradores efeitos foram sentidos na qualidade dos serviços e na produtividade da equipe.
Para resolver essa situação, a empresa realizou uma pesquisa de satisfação interna, a fim de entender as necessidades e os desafios de seus colaboradores. Assim, foram feitas reuniões com vários colaboradores para receber suas sugestões e aplicá-las ao negócio. Dessa forma, os funcionários se sentiram mais próximos da gestão. Por meio da prática embasada no crowdsourcing, o engajamento atingiu níveis elevados.
Netflix
A Netflix é reconhecidamente a maior plataforma de streaming de vídeos do mundo. Para chegar a esse patamar, também usou o crowdsourcing. Em 2012, por exemplo, o público foi convidado para um projeto ambicioso: desenvolver um algoritmo para aprimorar a recomendação de filmes.
O vencedor levou 1 milhão de dólares e, a empresa, uma “enxurrada” de boas ideias. Além disso, a publicidade em torno do projeto aumentou a visibilidade da marca, fidelizando o público participante desse processo de inteligência coletiva.
Google
O Google, tradicionalmente, utiliza o crowdsourcing. Lá em 2009, quando a empresa apresentava o Google Chrome no Brasil, foi realizado um concurso para escolher o melhor vídeo de apresentação do produto. A campanha foi um sucesso, conseguindo chamar a atenção que desejava.
Reconhecendo esse conceito como uma forte tendência, a organização lançou, em 2016, o aplicativo crowdsource. Com ele, os usuários colaboram em pequenas tarefas, que visam aprimorar as funcionalidades de aplicações como Google Tradutor, Google Maps e reconhecimento de voz. Nem é preciso dizer o quanto esses produtos são eficientes, não é mesmo?
É claro que a humanidade sempre precisou da colaboração coletiva para se desenvolver. E, claro, essa mesma ideia já chegou ao mundo virtual via crowdsourcing. Isso é ótimo! Afinal, quando muitos pensam juntos, os resultados são bem mais eficientes!
Gostou deste post sobre crowdsourcing? Então, aproveite a visita para ler também nosso post sobre
inovação organizacional e entender tudo sobre o assunto!