Uma das tendências que vem ganhando relevância mundial é a gamificação. A tecnologia transformou completamente a vida das pessoas, abrindo novas oportunidades em diversos setores. A cada dia, várias inovações trazem impactos positivos em áreas como educação, negócios, saúde e até em recursos humanos, melhorando os processos e resultados de cada segmento.
O que você vai ver neste artigo:
Do inglês gamification, esta técnica traz conceitos da psicologia e tem base no funcionamento dos jogos para incentivar as pessoas a cumprirem objetivos. A metodologia pode ser aplicada em vários segmentos, inclusive em empresas para melhorar processos como treinamento, vendas e integração de novos funcionários.
Quer saber mais sobre esta tendência e as vantagens que ela pode trazer para sua empresa? Confira nosso guia completo sobre gamificação para tirar todas as suas dúvidas e saiba como aplicá-la na sua realidade.
O que é gamificação?
Gamificação, de forma simples, é utilizar elementos comuns dos jogos em outras situações que não tem apenas o propósito de entretenimento. A lógica e metodologias dos games podem ser aplicadas na vida real com diversas finalidades, como tornar conteúdos densos em materiais mais acessíveis e motivar as pessoas a realizarem uma ação ou alcançarem um determinado objetivo.
Vários segmentos estão adotando este método para impulsionar resultados, seja para estimular pacientes na área da saúde, promover alguma marca, produto ou serviço, e até melhorar o desempenho dos alunos em contexto escolar ou de funcionários no treinamento corporativo.
É importante saber que, mesmo utilizando características desse universo, a gamificação não é jogo. E, para ficar claro, vamos explicar as definições confira alguns exemplos de gamificação.
- Duolingo (Educação de Idiomas): O Duolingo utiliza elementos de gamificação, como pontuações, níveis e conquistas, para tornar o aprendizado de idiomas mais envolvente. Os usuários recebem recompensas virtuais por completarem lições e alcançarem metas diárias.
- Nike Run Club (Fitness): Aplicativos de corrida, como o Nike Run Club, incorporam gamificação ao rastreamento de atividades físicas. Os corredores podem estabelecer metas, competir com amigos, ganhar troféus virtuais e alcançar diferentes níveis, tornando o exercício mais motivador.
- Sistema de Pontuação em Cartões de Fidelidade (Varejo): Programas de fidelidade em lojas de varejo frequentemente utilizam sistemas de pontuação e recompensas para incentivar clientes a realizar compras regulares. Os clientes acumulam pontos que podem ser trocados por descontos, produtos gratuitos ou outras vantagens.
- Aplicativos de Finanças Pessoais (Serviços Financeiros): Alguns aplicativos de finanças pessoais usam elementos de jogos para motivar usuários a economizar dinheiro. Estabelecer metas de poupança, ganhar recompensas por atingir objetivos e participar de desafios financeiros são exemplos de gamificação nesse contexto.
- SAP Community (Tecnologia): A SAP Community, uma plataforma online para profissionais de tecnologia, utiliza gamificação para incentivar a participação ativa. Os usuários ganham pontos por contribuições como respostas a perguntas, compartilhamento de conhecimento e participação em fóruns.
- LinkedIn (Desenvolvimento Profissional): O LinkedIn incorpora elementos de gamificação em sua plataforma para encorajar os usuários a completarem seus perfis, interagirem com conteúdo e expandirem suas redes profissionais. Recursos como medalhas e recomendações são exemplos de recompensas.
- Ludos Pro: Plataforma de Gestão de Aprendizagem Gamificada para ambiente corporativo. Nela, as empresas podem criar e adaptar seus treinamentos corporativos para um cenário lúdico e completo, envolvendo seus colaboradores em ações e iniciativas que estimulam o engajamento e a motivação.
Esses exemplos ilustram a diversidade de aplicações da gamificação em diferentes setores, destacando como essa abordagem pode ser adaptada para atender a diversos objetivos, desde aprimorar o aprendizado até incentivar comportamentos específicos.
O que é jogo?
Em linhas gerais, jogo é toda e qualquer atividade com finalidade de entreter que tenha regras bem definidas e que aconteça separadamente da “vida real”. Esta definição se aplica aos mais diversos tipos de games, desde tabuleiro, brincadeiras de ruas até os mais sofisticados e eletrônicos. Em todos eles, o jogador assume o papel de outro personagem, vivendo as tensões e alegrias da dinâmica, sem necessariamente ter repercussões em sua vida pessoal.
Quando alguém participa de um game, deixa-se para trás as questões cotidianas, problemas e aflições, e entra-se em um espaço de diversão. Este conceito é abordado pela teoria do “Círculo Mágico”, do historiador holandês Johan Huizinga no livro Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura.
Ou seja, o jogo tem como objetivo apenas divertir, entreter e até servir como escapismo dos problemas da vida real. E aí está o ponto crucial que separa o game da gamificação.
Qual é a diferença entre jogo e gamificação?
A maior diferença entre os dois é que, como dito, o jogo tem apenas a finalidade de entreter e implica em situações fora da realidade dos participantes. Já a gamificação utiliza a mesma mecânica dos games para alcançar objetivos reais e tornar o cotidiano mais interessante e lúdico. Não se limita em ser somente divertido, e sim motivar as pessoas a atingirem uma meta específica que tenha consequências concretas.
Por isso a gamification pode ser utilizada em várias finalidades e traz diversas vantagens para a organização que implementa esta metodologia em seus processos cotidianos.
Para ficar ainda mais claro, imagine um jogo clássico de tabuleiro como o "Monopoly". Este é um exemplo claro de jogo, pois tem regras específicas, um objetivo claro (acumular propriedades e dinheiro) e proporciona entretenimento através da competição entre os jogadores. O "Monopoly" é uma experiência autônoma, centrada no jogo em si, sem uma aplicação explícita fora do contexto do tabuleiro.
Agora, considere um aplicativo de condicionamento físico, como o "Strava". Neste contexto, a gamificação é aplicada para motivar os usuários a se exercitarem regularmente.
Os participantes podem estabelecer metas, ganhar distintivos por conquistas, competir com outros usuários em desafios e receber feedback positivo. A gamificação no "Strava" extrai elementos lúdicos para tornar o exercício mais envolvente e motivador, transformando a rotina de condicionamento físico em uma experiência mais divertida e desafiadora.
- Um jogo tem uma estrutura formal com regras claras, enquanto a gamificação pode ser incorporada em situações mais fluidas e diversificadas.
- Os jogos geralmente têm um objetivo intrínseco de proporcionar diversão, enquanto a gamificação é aplicada externamente para atingir objetivos específicos, como engajamento, aprendizado ou motivação em contextos diversos.
- Jogos são frequentemente autônomos, com um propósito autocontido. Por outro lado, a gamificação é frequentemente integrada a atividades que não são, por si só, jogos, com o propósito de aprimorar a experiência e motivar os participantes.
Ambos os conceitos, jogo e gamificação, têm seus lugares e aplicações específicas, mas é importante reconhecer a distinção fundamental entre eles ao considerar como incorporar elementos lúdicos em diferentes contextos.
Quais são os benefícios da gamificação e por que utilizá-la?
A lógica dos games pode ser adaptada para diferentes realidades e setores, desde educação, saúde, segurança, causas sociais, marketing e ambiente empresarial, além de ser acessível a diversos públicos. Todo mundo já teve contato com algum jogo - brincadeiras infantis, baralhos, eletrônicos, esportes e até competições oficiais –, sabe instintivamente como é sua dinâmica e, por isso, se sente atraído pela atividade.
Com este interesse natural, é possível utilizar gamification para atrair e engajar audiências, motivar determinadas ações, promover aprendizados ao tornar materiais mais complexos em conteúdos mais fáceis de serem assimilados, solucionar problemas e transformar tarefas obrigatórias em atividades mais envolventes. Além disso, quando o projeto é digital, é possível medir com maior facilidade os resultados, pois as ferramentas costumam registrar o desempenho dos “jogadores” e disponibilizá-los para a análise dos responsáveis pela aplicação.
Isso significa que a gamificação pode ser utilizada para despertar o interesse das pessoas para determinada atividade, ajudá-las a aprender e memorizar conteúdos mais densos e incentivá-las a alcançarem resultados. Tudo isso de forma voluntária e divertida.
Para isso, a solução criada deve ser desafiadora o suficiente para motivar e manter o interesse dos participantes, mas não pode ser difícil demais para desestimulá-los a continuar na competição. Neste sentido, antes de implementar a gamificação na sua realidade, é importante entender como esta técnica influencia o comportamento das pessoas.
Comportamentos estimulados pela gamificação
Todos os jogos despertam certos comportamentos e atitudes dos participantes, especialmente para atingirem o objetivo proposto pela dinâmica. Alguns games incentivam a colaboração entre os jogadores para, juntos, alcançarem a meta; já outros se utilizam da competição para estimular as pessoas a obterem resultados cada vez melhores e, assim, receber alguma recompensa. Todo game traz estímulos para os jogadores, senão torna-se chato e as pessoas desistem da dinâmica.
Se um jogo, com finalidade apenas lúdica, já estimula determinados comportamentos, imagina então uma plataforma que tenha o objetivo de ensinar ou treinar os “jogadores”? Neste sentido a gamificação leva em consideração teorias de ramos como psicologia, neurociência, motivação, aprendizado, antropologia e sociologia, para desenvolver métodos de incentivo de certas condutas e ações dos participantes.
Entretanto, para que isso aconteça, é preciso entender como funciona o engajamento e motivação das pessoas - afinal, é para elas que a gamificação será implementada.
Engajamento e Motivação
Para que qualquer jogo ou estratégia de gamification atinja seus objetivos, é preciso que a dinâmica cative os participantes e os mantenham interessados na atividade. Por isso é importante considerar o engajamento e a motivação das pessoas em todas as etapas de planejamento, desenvolvimento e aprimoramento da dinâmica.
Engajar é criar uma conexão entre o participante e a atividade, de forma que ele voluntariamente se envolva na ação. Quando há o engajamento das pessoas, independentemente da natureza da estratégia, seu desempenho será consideravelmente melhor, pois a realização das tarefas não será vista como uma obrigação e sim algo que tenha um significado positivo. E, para que isto aconteça, é fundamental que exista uma boa motivação por trás do game.
Motivação é tudo aquilo que impulsiona alguém a realizar alguma ação. Todos os dias das nossas vidas nos deparamos com situações em que é necessário ter um motivo convincente para fazer determinada tarefa: seja sair debaixo de chuva e frio para ir em um lugar importante; ler e estudar sobre um determinado assunto em vez de assistir algum filme; ou passar 8 horas diárias em uma empresa, trabalhando com dedicação e esforço. Portanto, ela é fundamental para realizarmos qualquer atividade.
Tipos de motivação
Podemos considerar que existe a motivação boa e a ruim. A primeira acontece quando a pessoa é estimulada a realizar uma ação para se sentir melhor do que está, como acordar cedo para ir a uma tão sonhada viagem de férias, por exemplo. Já a segunda ocorre quando o estímulo é desagradável e este alguém deve agir para acabar com a tensão, como tomar uma injeção para melhorar de uma doença. Não necessariamente um é melhor que o outro, pois ambos motivam o indivíduo a satisfazer suas necessidades.
Além disso, podemos também classificar a motivação em duas categorias: a intrínseca e a extrínseca.
1 - Motivação Intrínseca
Também chamada de motivação interna, este tipo parte do próprio indivíduo e está ligado a seu caráter, gostos, habilidades e hábitos. Ela parte do princípio da busca por desenvolvimento pessoal, como aprender uma nova língua, fazer mais amigos ou realizar trabalho voluntário, por exemplo.
2 - Motivação Extrínseca
Já a motivação externa parte do ambiente e das situações que nos cercam. Apesar de não estar sob o controle das pessoas, este tipo também influencia suas decisões, sendo geralmente ligada a questões como ego, premiações, recompensas e status, por exemplo.
As duas categorias são benéficas às pessoas, desde que exista um equilíbrio entre os estímulos.
Motivação, Estímulo e Gamificação
Para que a estratégia de gamificação obtenha os resultados esperados é importante levar em conta todos os estímulos que motivem os participantes e os engajem na dinâmica, e combiná-los para criar padrões cerebrais específicos que facilitem a realização das tarefas, sejam físicas ou mentais.
Neste sentido, deve-se definir um objetivo claro para a gamificação a ser desenvolvida e conhecer a fundo seu público-alvo - tudo para criar uma plataforma que incentive os participantes a alcançarem a meta e realizarem determinadas ações e, assim, a metodologia dê certo na sua estratégia.
Além de considerar a motivação e engajamento na construção da gamificação, é importante conhecer também os elementos que compõe a lógica do jogo.
Elementos da gamificação
Como explicado, a gamificação consiste em utilizar elementos comuns aos jogos em situações que não tenham a finalidade de apenas entreter. Desta forma, é preciso entender que elementos são estes, como funcionam e como podem ser utilizados na mais diferentes estratégias.
Alguns estudos apontam que existe quatro características que fazem uma atividade ser classificada como jogo: uma meta (o que motiva a ação na dinâmica); regras (que definem o comportamento dos jogadores e estabelecem o grau de dificuldade); um sistema de feedback (para que o jogador avalie seu progresso); e a participação voluntária do jogador (que aceita a aplicação de todos os outros itens e participa do game por vontade própria). No entanto, existem mais elementos que podem ser aplicados nas técnicas de gamification.
Uma utilização correta e bem planejada destes itens tornará a estratégia de gamificação mais envolvente aos usuários, reforçando sua motivação ao participar da atividade.
1 - Storytelling
Esta técnica se tornou tendência em diversas áreas, saindo do campo das produções artísticas e sendo utilizada em estratégias de marketing, publicidade e comunicação em geral. Os games, inclusive, estão investindo e aprimorando este elemento para se destacarem no mercado - principalmente o de jogos eletrônicos.
Storytelling é a arte de contar uma história que engaje o público-alvo. Uma boa história cria conexão com as pessoas, envolve, comove e marca na lembrança; ela prende a atenção e torna a atividade ainda mais prazerosa e interessante.
Para incorporar este conceito na sua realidade não é preciso ser um grande escritor, roteirista ou mente criativa. Não é necessário criar mundos fantásticos para se fazer um bom storytelling na gamificação. Basta olhar para dentro do seu público-alvo e situação e, daí, tirar sua “inspiração”.
Você pode, por exemplo, começar pensando na mensagem principal que a história deve passar, nos valores da sua organização. Depois, fazer uma pesquisa a respeito das pessoas que irão participar da estratégia: quais são seus hábitos, costumes e referências? Que gênero e tipo de história mais gostam - ação, medieval, ficção científica?
Todas estas questões te guiarão na hora de desenvolver uma narrativa interessante e alinhada ao objetivo da ação. Ao aliar gamification e storytelling, sua estratégia se tornará ainda mais engajadora e, assim, efetiva. Os participantes irão se simpatizar com a dinâmica e terão maior envolvimento com a atividade.
2 - Avatar
Um avatar é, basicamente, a representação visual do personagem do jogador. Este elemento pode ser desde uma foto personalizável a até a construção de uma figura mais sofisticada e cheia de adereços, como em jogos eletrônicos mais complexos.
Este conceito está atrelado com o elemento do storytelling - se sua história se passa na época medieval, não seria legal que o personagem possa ter escudos, espadas e armadura, por exemplo? Neste sentido, o avatar ajuda na imersão do participante na dinâmica, permitindo que ele escolha sua representação.
Além de tornar o game mais divertido e personalizável, o avatar também pode ser usado como motivador das ações. Você pode criar uma dinâmica em que, ao progredir na história e nos objetivos da atividade, o participante tenha direito a novos adereços e possibilidades na criação e design do personagem.
3- Desafios, conquistas e missões
Este é um dos elementos mais importantes nos jogos e na gamificação. É o desafio que motiva os jogadores a se esforçar cada vez mais e, assim, alcançar a meta proposta pela a atividade. Os desafios, as conquistas e as missões estimulam as pessoas a se mantenham na dinâmica de forma voluntária e ativa, além de trazerem os conteúdos propostos pela estratégia.
Porém, para que funcione, é preciso equilibrar o grau de dificuldade da atividade - o usuário deve acreditar que a vitória sempre é possível, caso contrário ele se desanima e perde o propósito de jogar. O oposto também é ruim: quando as missões são fáceis demais, o participante se entedia e abandona o game.
O normal é que, na medida em que a pessoa avança na plataforma, as missões se tornem gradualmente mais difíceis, estimulando seu interesse e o seu desenvolvimento, de acordo com o objetivo da estratégia de gamificação.
4 - Recompensa
Outro elemento fundamental é o sistema de recompensas. Cada ação positiva do jogador deve ser alimentada pelo recebimento de algum bônus ou item que ele tenha interesse. Caso contrário o participante pode perder seu interesse, sentir que seu tempo está sendo gasto inadequadamente ou não perceber imediatamente os benefícios e utilidade da dinâmica.
Todo ser vivo, desde homens e animais, gosta de receber um feedback positivo quando realiza corretamente suas atividades - isto incentiva sua motivação para completar com qualidade suas obrigações e fazer determinada ação.
No caso dos games, é possível recompensar os jogadores por seus avanços ao exibir uma barra de experiência que cresce com cada vitória, moedas para serem trocadas por outros itens ou então medalhas de honra por suas conquistas. A utilização destes bônus também ajuda o jogador a visualizar graficamente seu progresso na dinâmica, estimulando seu engajamento e sua continuidade na atividade.
5 - Pontos
Os pontos também funcionam como sistema de recompensa. Eles ajudam os participantes a enxergarem seu progresso na dinâmica, fortalecendo sua motivação para realizar as missões.
Cada acerto pode garantir determinada quantidade de pontos e, quanto maior a dificuldade de determinada missão, maior a recompensa pela vitória. Assim o usuário é incentivado a cada vez mais se desafiar e, assim, cumprir o objetivo final da estratégia de gamificação.
A lógica do sistema de pontuação também possibilita alimentar a competição entre os participantes, ainda mais se aliada ao elemento do ranking - que iremos explicar melhor mais tarde.
6 - Moedas, dinheiro virtual ou loja virtual
Além dos pontos, o game também pode oferecer moedas, dinheiro ou loja virtual próprias. Geralmente na lógica dos jogos os participantes podem acumular os dois primeiros elementos para trocá-los por outros itens que lhe sejam interessantes – tudo isso em uma espécie de comércio na própria dinâmica, que pode ser digital no caso dos games eletrônicos.
Também é possível que as moedas e dinheiro do jogo sejam trocados por itens reais, como brindes e outras recompensas palpáveis, reforçando ainda mais o caráter da gamificação de ter consequências concretas na realidade dos participantes.
Um exemplo de como esta lógica é aplicada na vida cotidiana são as milhas aéreas: quanto mais você utiliza os serviços da companhia de aviação ou da operadora de cartão de crédito, mais você recebe este item - incentivando ainda mais as compras e a fidelização do consumidor a determinada marca.
7 - Medalhas
Este item também pode ser usado para motivar os usuários a realizarem as atividades. Assim como nas competições esportivas de diversas naturezas, as medalhas incentivam os competidores a dar seu melhor para conquistar este item especial e sentem-se reconhecidos ao alcançar o objetivo.
A medalha pode ser usada principalmente no caso de missões especiais e resultados específicos, que precisem de maior habilidade e esforço, para destacar ainda mais a conquista e trazer maior reconhecimento e status ao participante que adquirir o item.
8 - Progressão
A sensação de avanço é fundamental para os seres humanos em tantos sentidos e níveis. Ninguém gosta de se sentir estagnado nos estudos, em um relacionamento, no trabalho e, também, no jogo.
Saber que se está caminhando em uma determinada direção, que cada vez mais você está aprendendo e evoluindo, são sentimentos que te ajudam a superar os desafios e cumprir as tarefas - especialmente as mais difíceis. Isso é imprescindível para manter as pessoas engajadas nas atividades e em seus compromissos, sejam de qual natureza forem.
Por isso tanto os jogos quanto as estratégias de gamificação precisam mostrar claramente para os participantes sua progressão na dinâmica, ou então os jogadores irão perder sua motivação e abandonar a atividade.
9 - Feedback Instantâneo
Também considerando a sensação de progressão, existe o elemento do feedback instantâneo. Para que o participante avance nas atividades é importante que ele conheça seus acertos e erros, que ele saiba quais pontos devem ser melhorados em suas ações para conquistar o objetivo da dinâmica.
Isso é fundamental especialmente no caso da gamificação com objetivo de educação e treinamento, afinal, sua meta é que o usuário aprenda determinado conteúdo e memorize os conceitos corretos. A agilidade nos resultados permite que essa correção seja imediata e eficaz.
A gamificação, ainda mais de forma eletrônica, permite que o participante possa avaliar imediatamente seu desempenho pessoal. Os responsáveis pela estratégia também podem acessar rapidamente os dados para avaliar a performance dos usuários e da própria atividade.
10 - Competição
Uma boa parte dos jogos usa a competição como um fator de motivação. Quem nunca desafiou um conhecido em algum tipo de game, ficando decepcionado com a derrota ou alegre quando se obtém a vitória? Este elemento faz parte da humanidade, seja considerando a vida de um indivíduo ou a história antiga das sociedades.
Competir está na nossa natureza, então por que não usar este impulso para realizar tarefas benéficas? Com a gamificação é possível usar este instinto em um objetivo que traga resultados positivos e concretos. Um exemplo disso seria a disputa entre turmas de uma universidade ou setores de uma empresa para arrecadar doações para um asilo, também incorporando alguma recompensa palpável para o ganhador da ação.
No entanto, é necessário estar atento para que a competição ocorra de forma saudável e não cause divisões ou problemas entre os participantes.
11 - Ranking
Um sistema de ranking está relacionado tanto ao elemento anterior, a competição, quanto ao de pontuação. Utilizar esta estratégia pode ser uma boa maneira de alimentar a competição entre os participantes da gamificação, estimulando que cada um se esforce cada vez mais para alcançar a vitória nas missões e desafios.
No entanto, é preciso cautela ao aplicar este elemento! Há sempre o risco de desmotivar os usuários que estejam nas últimas posições, por exemplo, e que a competição se torne tóxica em vez de saudável, transforme-se em fator de angústia em vez de fator motivador.
Gamificação: on ou offline, eletrônico ou analógico?
Todos os elementos que explicamos acima podem ser adaptados tanto para gamificação por meio de plataformas digitais, como nas analógicas. Esse ponto pode ser até uma dúvida de quem tem interesse em adotar a estratégia: qual modelo implementar?
Isso depende das necessidades e objetivos da ação, além do investimento disponível. No entanto, esta questão não é uma espécie de certo ou errado; ou um ou outro: é possível combinar as duas possibilidades! Só é preciso avaliar como encaixar esta possibilidade na sua realidade.
Tipos de aplicações da gamificação
A gamificação é uma metodologia que pode ser utilizada em diversas realidades e para públicos variados, basta desenvolver um sistema adaptado para sua situação específica e levar em conta os comportamentos, necessidades e expectativas das pessoas que irão utilizá-lo.
Neste guia vamos nos aprofundar em como a gamificação pode ser utilizada para a educação dentro de uma organização empresarial.
Gamificação na educação empresarial
Esta modalidade vem sendo utilizada na educação em diversos níveis, principalmente por ajudar na aprendizagem de conteúdos mais complexos e tornar este processo mais motivador aos participantes, mantendo-os assim na dinâmica e tirando a carga negativa dos processos educativos e de treinamento.
Além de escolas, grandes corporações mundiais estão de olho neste benefício da gamificação, aplicando-o e tendo resultados bastante relevantes no desenvolvimento dos talentos internos. Mas isso não significa que esta técnica somente serve no exterior, no caso de multinacionais - pelo contrário, a metodologia pode impactar positivamente a realidade brasileira, incentivando a produtividade e a retenção dos colaboradores nas empresas.
Neste sentido, esta tendência tem aplicações em diversas áreas de uma organização. Vamos conferir algumas?
1 - Gamificação em Treinamento Corporativo
O RH de uma empresa tem muito a ganhar ao implementar a gamificação nos seus processos. Um deles é a tarefa de desenvolver um treinamento corporativo que seja atraente aos colaboradores, tornando a atividade dinâmica, não uma simples obrigação imposta pelos superiores.
Além disso, quando a gamificação é feita em sua modalidade digital, o sistema possibilita que o RH confira o desempenho dos funcionários de forma imediata, detalhando os resultados da ação. Assim pode-se avaliar com dados sólidos e confiáveis se a técnica está sendo efetiva e em quais pontos do treinamento deverão ser melhorados ou mantidos.
2 - Gamificação na Integração de Novos Funcionários (Onboarding)
Parecido com o primeiro caso, a gamificação pode tornar o processo de integração dos novos colaboradores algo mais dinâmico e produtivo.
Principalmente quando o funcionário novo vem de uma área diferente ou são necessários conhecimentos específicos ou técnicos para sua atuação, a metodologia pode facilitar seu aprendizado e ajudar que o conteúdo seja memorizado.
Além disso, a técnica ajudará os novatos a conhecer a cultura da empresa de forma mais divertida, envolvendo-se ainda mais com sua missão, visão e valores e fortalecendo seu engajamento com a organização.
3 - Gamificação em Treinamento com foco em Vendas
O setor de vendas é um dos mais importantes de uma empresa, afinal, sem vender seus produtos ou serviços não há lucro ou, pior, capital para manter o negócio. Por isso é fundamental oferecer um treinamento contínuo à equipe, buscando sempre o aprimoramento, e também desenvolver estratégias para motivar e engajar esses funcionários.
A gamificação pode auxiliar nas duas situações. Por sua característica lúdica, o colaborador irá se interessar pelas tarefas, treinar suas habilidades e aprender novas técnicas para aplicá-las nos clientes - tudo de forma dinâmica e de fácil memorização. Isso o ajudará a ter um bom desempenho em sua atividade e a se sentir parte da organização.
Além disso, ainda é possível implementar a gamificação no trabalho de fidelização dos clientes.
4 - Gamificação e Engajamento Social
Neste caso, os sistemas podem ser usados para incentivar o engajamento das pessoas em determinadas causas e trocarem informações importantes. De forma geral, essa funcionalidade aplica-se em ações políticas ou sociais, como estimular a sociedade a fiscalizar os políticos e participar das propostas legislativas de forma ativa.
Pensando na realidade das empresas, nesta situação a gamificação pode ser utilizada para estimular os colaboradores a participarem de campanhas internas e a trocar informações importantes do setor, fortalecendo assim a comunicação e relacionamentos internos.
Como implementar a gamificação na empresa?
Aplicar gamification na empresa não é um bicho de sete cabeças! Basta investir em planejamento e contar com ajuda profissional.
Em primeiro lugar é fundamental definir qual será o objetivo da estratégia: será voltada para o onboarding, vendas, treinamento, campanha específica? Qual setor será impactado? Todas essas informações vão pautar a criação do game, quais serão as metas, conteúdos e o funcionamento do sistema.
É importante considerar o perfil do público-alvo antes de desenvolver a plataforma. Por isso deve-se pesquisar sobre seus interesses, motivações, hábitos e comportamentos, criando um game que use uma linguagem adequada, missões desafiadoras na medida certa e recompensas atrativas. Outro ponto que influencia na concepção do game é a cultura da empresa: a atividade deve estar alinhada com os valores internos, até para reforçá-los na equipe.
Um bom planejamento é o primeiro passo para desenvolver a plataforma que mais atenda às expectativas e objetivos da organização. Porém, é fundamental contar com o auxílio profissional para criar o game, implementá-lo corretamente e saber realizar as modificações necessárias.
Se você ainda tem dúvidas sobre como a gamificação pode beneficiar sua empresa, venha conversar conosco!