As atividades lúdicas vêm sendo utilizadas na educação para trazer os mais diversos resultados, como desenvolver novas habilidades e tornar o conhecimento mais prático e divertido. O jogo como recurso de aprendizagem pode ser aplicado a diferentes faixas etárias e em contextos variados. Porém é preciso conhecer o perfil do público para adotar a metodologia mais adequada a suas capacidades e objetivos.
Neste artigo vamos falar como o jogo pode ser aplicado como recurso de aprendizagem para a geração Z, conhecendo suas características e comportamentos - e também iremos te revelar uma estratégia eficiente e inovadora para esse propósito: a gamificação!
Aprendizado e diversos perfis
Existem inúmeras teorias e métodos educacionais que consideram as particularidades de públicos específicos, buscando tornar o ensino mais assertivo ao entender os perfis dos estudantes, seus comportamentos, capacidades cognitivas e mais variáveis que os destacam de outras grupos. Conceitos como a andragogia, diferentes estilos de aprendizagem e o modelo 70/20/10 são alguns exemplos de estratégias que focam em determinados tipos de indivíduos. Porém existem metodologias que são flexíveis e podem ser aplicadas em públicos variados - basta analisar o perfil das pessoas e moldar a atividade a suas particularidades. Os jogos fazem parte dessa dinâmica, sendo adotados desde a educação infantil ao ensino corporativo: sempre variando as regras, situações e objetivos de acordo com o contexto.Jogo como recurso de aprendizagem
Muitos educadores, seja no contexto do ensino regular como na educação empresarial, já enxergam os benefícios de se implementar atividades lúdicas para aprimorar os processos de aprendizagem. Os jogos tornam o estudo uma prática mais dinâmica e engajadora, motivando os educandos a realizar as tarefas e a fixar melhor o conhecimento. Afinal, é difícil encontrar alguém que não goste de qualquer tipo de jogo - seja ele eletrônico, tabuleiro, baralho ou esportivo. De modo geral, os jogos trabalhados no contexto da educação ajudam a desenvolver diversas habilidades, como o lado cognitivo, raciocínio lógico, vocabulário e noção espacial. Essa metodologia pode até ser adotada para auxiliar a resolver problemas de aprendizagem, sendo usados para estimular algumas áreas específicas, engajar o educando ou fortalecer seus relacionamentos interpessoais. Os jogos como recurso de aprendizagem complementam o ensino tradicional, reforçando os ensinamentos e motivando os estudantes a buscar cada vez mais conhecimento. E essa metodologia traz benefícios para diferentes públicos, independentemente de variáveis como faixa etária, gênero, classe socioeconômica ou nível de escolaridade.Geração Z: quem são e qual seu perfil?
Existem diversas teorias que categorizam faixas etárias em grupos, formados por características em comum como seu comportamento, a maneira com que se relacionam consigo e com o mundo, além do contexto histórico que viveram. Baby boomers, geração X, geração Y (também conhecida como millennials) - você já deve ter ouvido falar de alguma delas, não é mesmo? A Geração Z vem sendo estudada com maior enfoque atualmente, pois será a próxima a entrar no mercado de trabalho e consumo. Há algumas controvérsias sobre qual seria o limite da faixa etária dessa população, com várias distinções entre as fontes. Um exemplo: enquanto para a consultoria global McKinsey estão nesse grupo as pessoas nascidas entre 1995 e 2010, para a ONU a marcação dessa geração começa a partir dos anos 2001. Porém, o que é consenso sobre a Geração Z é a grande revolução tecnológica que estão inseridos. As pessoas desse grupo nasceram em um mundo já marcado pela internet e desconhecem a vida sem essa realidade: ou seja, eles são verdadeiramente os nativos digitais. Segundo dados da McKinsey, a geração Z representa 20% da população brasileira e, a estatística baseada nos dados da ONU aponta que em 2019 esse grupo será a maioria: representando 32% dos habitantes do globo. São pessoas que estão na fase escolar ou que acabaram de entrar no mercado de trabalho - por isso muitos (empresas, instituições de ensino e outras entidades) estão de olho neles, tentando entender suas características, comportamentos, desejos e desafios que os diferenciam das outras gerações. Em uma pesquisa de 2017, a McKinsey e a agência Box1824 trouxeram um panorama da Geração Z. Em geral, as pessoas desse grupo são:- Hiperconectadas: por terem nascido em um contexto digital, eles têm uma percepção de online e offline diferente das outras gerações, não enxergando barreiras entre os dois mundos;
- Respeitam a individualidade: a geração Z valoriza suas particularidades e, em geral, evitam rótulos. Isso se reflete em seus comportamentos sociais e inclusive de consumo. Simpatizam com empresas e marcas cuja cultura e postura sejam coerentes e similares às suas crenças;
- Pragmáticos: são realistas e práticos. Por terem uma enorme quantidade de informação a sua disposição, eles tem um olhar mais analítico, voltado ao pensamento lógico, sendo autodidatas e responsáveis;
- Buscam o diálogo: são pessoas que rejeitam a polarização, buscando a inclusão e o diálogo como maneira de resolver os conflitos;
- Bem humorados: adotaram uma linguagem específica de memes e emojis para se comunicar de forma leve e humorada, também usando para exercitar sua capacidade crítica.