Jogos empresariais: o que são, objetivos e como aplicá-los?

Jogos empresariais são elementos criados para ajudar na capacitação profissional dos colaboradores de uma empresa.

O lúdico faz parte das nossas vidas. Enquanto esse elemento é usado muitas vezes apenas para entreter, ele também pode ser adotado em outros contextos para trazer resultados inovadores. 

Descubra neste artigo quais são os objetivos dos jogos empresariais e como implementar no seu negócio uma estratégia ainda mais eficiente, mas que ainda usa a mesma lógica. Jogos Empresariais: diversão e resultados.

Jogar é algo natural na experiência humana: desde as brincadeiras infantis aos games mais sofisticados na vida adulta, os elementos lúdicos fazem parte do nosso cotidiano. Quem nunca jogou algo para passar o tempo, socializar ou para se divertir? Não é à toa que diversos estudiosos buscaram entender como a dinâmica pode influenciar as pessoas, inclusive em relação a sua motivação.

A Pesquisa Game Brasil 2022, realizada pelo Sioux Group, Blend New Research, ESPM através do GameLab e Go Gamers, descobriu que mais de 75,5% dos brasileiros consomem jogos eletrônicos, independentemente da plataforma. Ao longo da pesquisa, foi mapeado o quão envolvidos são esses jogadores com este tipo de consumo.

Isso mostra como os jogos, independentemente da modalidade, são bem aceitos na vida das pessoas. E muitos se perguntaram: por que não usar essa preferência em contextos que não sejam com fins apenas de entretenimento?

Assim os jogos acabaram sendo incorporados a outras áreas, como saúde, educação e gestão de pessoas, usando justamente a sua capacidade de atração para engajar as pessoas em atividades mais sérias.

Nesse sentido, os jogos empresariais foram desenvolvidos para usar o melhor das dinâmicas lúdicas nas atividades da rotina corporativa. Essa metodologia pode ser adotada em diversos processos, como no treinamento corporativo e ações de desenvolvimento pessoal, transformando a forma com que são recebidos pelo público-alvo. 

Aliás, essa ferramenta é democrática: os jogos empresariais podem ser implementados em setores específicos da empresa ou com todos colaboradores em geral, independentemente da sua faixa etária, gênero e grau de escolaridade. 

Geralmente os jogos empresariais são estratégias pontuais, aplicadas para alcançar objetivos específicos. Outras metodologias, como a gamificação, já são soluções usadas de forma ampla e contínua, justamente para que seus resultados se mantenham no médio e longo prazo. Por isso, antes de tudo, é preciso saber quais são os propósitos da ação para depois escolher a ferramenta que será usada para alcançá-los.

Adotar os jogos empresariais pode trazer várias vantagens para a gestão de pessoas, tornando as estratégias dessa área mais engajadoras e dinâmicas, além de permitir trabalhar tanto as capacidades técnicas quanto desenvolver habilidades sociais na equipe. 

Mas existem outras possibilidades de resultados ao aplicar essa estratégia na organização.

Jogos empresariais, também conhecidos como jogos corporativos, são ferramentas de capacitação profissional que visam o aprendizado do colaborador. Diferentemente dos treinamentos e desenvolvimentos tradicionais, nestes jogos os funcionários são imersos em um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e descontraído.

Os jogos corporativos apresentam todas as características de um jogo comum, sendo algumas delas:

A diferença entre os jogos empresariais e os jogos comuns é o objetivo, pois o foco não é apenas entreter, mas sim compartilhar conteúdos que aprimorem as habilidades e competências dos colaboradores.

O jogo corporativo pode ser personalizado de acordo com cada contexto e tipo de negócio. Ou seja, suas funcionalidades também podem ser adaptadas. Isso torna essa estratégia ainda mais funcional para o contexto corporativo, que deseja implementar diferentes estratégias de treinamento e desenvolvimento, fugindo ao mesmo tempo da tradicional abordagem de ensino.

Apesar de existir há milhares de anos, o conceito de "jogo corporativo" surgiu na China, aproximadamente, em 3.000 a.C., com o nome de Wei-Hai. No entanto, foi na década de 50, nos Estados Unidos, que passou a ser de fato explorado.

Nesse período em questão, a empresa American Management Association criou o jogo "Top Management Decision Game", uma adaptação dos jogos existentes na área militar para o ambiente empresarial.

Desde então, o conceito e sua aplicação estão presentes em diferentes empresas dos EUA e do mundo, inclusive no Brasil.

Os jogos corporativos têm a finalidade de alcançar objetivos específicos, quase sempre relacionados ao aperfeiçoamento das habilidades e competências dos colaboradores de uma empresa.

Eles são utilizados para simular situações e desafios enfrentados no contexto empresarial, permitindo que os participantes tomem decisões e avaliem as consequências de suas ações, tudo isso em um cenário hipotético e sem risco.

Em outras palavras, os jogos corporativos servem para reproduzir a realidade do ambiente empresarial, apresentando cenários e desafios que podem se tornar reais. Isso permite que os funcionários tenham experiências com essas situações e saibam como agir diante delas.

Existem diferentes tipos de jogos empresariais, que contemplam diversas áreas do contexto corporativo:

Como citado anteriormente, os jogos corporativos têm o propósito de alcançar objetivos específicos. O tipo de objetivo a ser alcançado dependerá exclusivamente da empresa que deseja implementá-los.

Ou seja, existem vários motivos para implementar os jogos na rotina da empresa, desde para aprimorar os treinamentos a melhorar o clima organizacional. No entanto, os mais comuns incluem:

A educação corporativa é uma estratégia fundamental para aprimorar a qualidade e produtividade dos colaboradores. Porém, nem sempre os treinamentos conseguem os resultados esperados, ainda mais quando apenas utilizam métodos tradicionais, como o expositivo — o instrutor fala, os participantes escutam. 

Adotar os jogos empresariais nos treinamentos ajuda na capacitação técnica dos colaboradores, associando os conhecimentos a estímulos positivos e assim fortalecendo a memorização das informações. Além disso, por ser uma dinâmica interativa, será mais prazeroso e motivacional realizar as atividades obrigatórias. 

Um colaborador não é medido apenas por suas capacidades e conhecimentos técnicos. Seu relacionamento com a equipe e com a empresa acabam influenciando seu trabalho, seja positiva ou negativamente. 

Como exemplo, pense como o excesso de competitividade ou de insegurança podem prejudicar o desempenho de um funcionário e, consequentemente, sua produção. Fácil imaginar, não?

Por ser uma dinâmica lúdica, os jogos podem ajudar a desenvolver comportamentos positivos na equipe, até mesmo sem perceber. As atividades podem contribuir para reforçar qualidades como trabalho em grupo, espírito de liderança e proatividade. 

A falta de motivação pode ser originada por fatores internos e externos, tornando desafiador identificar suas causas.

Sabe-se, no entanto, que a falta de motivação pode acarretar diversos problemas para uma empresa, inclusive uma queda abrupta na produtividade.

A empresa que opta por investir em jogos corporativos possui uma ferramenta capaz de tirar os colaboradores da rotina, visto que são simulações com diversas temáticas. 

Além disso, essa abordagem oferece uma alternativa criativa para incentivar os colaboradores a resolver problemas e tomar decisões, sempre fugindo do óbvio e explorando novas possibilidades.

Os elementos lúdicos reduzem o peso das atividades obrigatórias, engajando os colaboradores em processos como treinamento e desenvolvimento. 

Assim, os funcionários irão se dedicar mais a estas tarefas, melhorando seus resultados e reduzindo os índices negativos, como o de abstenção. 

Usar métodos lúdicos no dia a dia é uma forma de reduzir o estresse das obrigações e correrias, tão comuns à rotina das empresas. Isso irá ajudar a tornar o clima interno mais agradável e harmonioso, consequentemente impactando o trabalho da equipe positivamente. 

Considerando os outros itens acima, todos os pontos contribuem para a construção de um ambiente de trabalho saudável e mais produtivo, beneficiando os colaboradores, líderes e empresa.

Uma empresa está sujeita a diversos problemas, como ser impactada por novas tecnologias, crises econômicas ou crises de saúde, como as que afetaram empreendedores e empresários nos anos de 2019, 2021 e 2022.

Para mitigar os impactos dessas e de outras questões, uma das alternativas é treinar os colaboradores para que se tornem capazes de gerenciar crises e tomar decisões acertadas.

O jogo corporativo pode inserir os colaboradores em cenários contextuais e prepará-los para criar táticas e tomar medidas adequadas.

Em outras palavras, os jogos corporativos são frequentemente utilizados como ferramentas para promover o trabalho em equipe dentro das organizações. Existem várias razões pelas quais esses jogos podem contribuir para o desenvolvimento de habilidades de trabalho em equipe:

Ao longo deste artigo, você pôde observar que os jogos corporativos são ferramentas multifuncionais.

Além do que já foi mencionado, é importante destacar também a capacidade desses jogos em compreender um pouco mais sobre os colaboradores que fazem parte da sua equipe ou empresa.

É possível criar situações que identifiquem quem toma a iniciativa, quem contribui com ideias criativas e quem é capaz de gerir o orçamento de acordo com o planejamento da empresa, entre outras características relevantes para o momento presente ou futuro da organização.

Os jogos corporativos trabalham com cenários hipotéticos que estão relacionados à dinâmica e ao contexto da empresa.

Implementar essa ferramenta permite que sua empresa crie diferentes circunstâncias nas quais gostaria que o colaborador tivesse experiência. No entanto, se o colaborador for responsável por tarefas sem o devido conhecimento, isso poderá ocasionar conflitos.

Os jogos corporativos também podem ser ferramentas auxiliares na construção do pensamento estratégico de seus colaboradores. Isso ocorre porque eles estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de análise de cenários, planejamento a longo prazo, alocação de recursos, adaptação a mudanças, colaboração e outros aspectos nesse sentido.

Além de todos os pontos já mencionados, os jogos empresariais também podem promover o aprendizado contínuo e o feedback.

Os jogos corporativos oferecem uma maneira prática e envolvente de promover o aprendizado contínuo e o feedback. Por meio deles, os colaboradores têm a chance de avaliar suas escolhas e estratégias, identificando o que funcionou e os pontos que precisam ser aprimorados.

Nesse caso, o feedback é baseado em práticas reais, o que facilita o aprendizado e o torna mais prático e eficaz. Isso permite uma melhoria contínua das habilidades e competências, impactando positivamente não apenas a empresa, mas também o colaborador.

Os jogos de empresa são simulações de situações reais de um negócio. A ideia por trás desses jogos é proporcionar uma experiência prática aos colaboradores de uma empresa.

Os participantes formam equipes que simbolizam situações reais de negócios, com o objetivo de vivenciar diversas áreas, como produção, marketing, finanças, entre outras.

Para uma implementação eficaz das práticas de jogos empresariais, é importante seguir algumas etapas. Estas incluem:

O mercado de games tem crescido exponencialmente no Brasil e no mundo devido à crescente demanda por esse tipo de entretenimento. Uma pesquisa realizada em 2022 revela que aproximadamente ¾ dos brasileiros jogam videogame, representando um recorde histórico atingindo 74,5% da população brasileira.

Diante da crescente demanda, o setor da indústria de jogos também registrou um significativo crescimento. O mercado de games já supera o da música e do cinema em termos de consumo de entretenimento. O boom dos games tornou-se ainda mais evidente durante a pandemia, quando as pessoas passavam mais tempo em casa, com opções de entretenimento limitadas.

O elevado consumo desse tipo de mídia revelou novas oportunidades de mercado. Atualmente, é possível integrar os jogos em diversos contextos, inclusive em ambientes educativos, onde o foco não é entretenimento.

Em ambos os contextos, as diversas empresas de games são responsáveis por desenvolver, publicar e distribuir jogos eletrônicos. Elas se dedicam à criação de consoles, plataformas de jogos e outras tecnologias, além de oferecerem serviços e soluções adicionais voltados para o mercado.

É importante destacar que as plataformas de jogos são projetadas para uma variedade de dispositivos, como computadores, consoles, tablets e smartphones. Essas plataformas podem ser conectadas a dispositivos portáteis, TVs ou até mesmo a aparelhos de realidade virtual (VR).

Na área de desenvolvimento, existem também plataformas de vídeo, canais no YouTube e outros negócios que surgiram exclusivamente devido aos games.

Em outras palavras, uma empresa de games pensa, desenvolve e colabora na implementação de jogos direcionados ao ambiente empresarial. Seu propósito é aprimorar as habilidades e conhecimentos dos colaboradores, criando um ambiente de aprendizado interativo. 

Além disso, essa empresa não se restringe ao treinamento; ela busca soluções para diversas práticas corporativas. Pode criar jogos para engajar e motivar profissionais, analisar dados de desempenho, atualizar colaboradores sobre novas tecnologias, facilitar feedback contínuo, além de contribuir para o desenvolvimento de eventos, workshops e muito mais.

Aplicado de forma correta, os jogos empresariais tem muito a agregar no dia a dia das equipes. No entanto, eles servem mais como ações pontuais, e ainda sim correm o risco de serem vistos mais como entretenimento do que instrumento útil para o treinamento e desenvolvimento dos colaboradores. 

Uma solução mais ampla e que vem trazendo resultados positivos, tanto em empresas de fora como aqui no Brasil, é a gamificação. Essa metodologia usa elementos comuns aos jogos — como o storytelling, pontuação e missões — em contextos que não se resumem ao entretenimento. 

A gamificação vem sendo adotada em processos como treinamento corporativo, programa de integração de novos funcionários, recrutamento, comunicação interna e até nas tarefas cotidianas dos colaboradores. Os recursos lúdicos motivam os funcionários a realizarem suas atividades, criando uma experiência imersiva e interativa aos participantes.

Além disso, no caso da versão eletrônica, as plataformas gamificadas oferecem relatórios detalhados do desempenho dos colaboradores nas tarefas, fornecendo dados confiáveis para a tomada de decisões do RH. 

Com essas informações é possível identificar os pontos que precisam ser aprimorados nos processos, quais estão funcionando corretamente e quais funcionários precisam de mais incentivos para melhorar seus resultados. 

Desta forma, a gamificação alia os elementos motivacionais e lúdicos dos jogos empresariais, mas usa-os mais amplamente e com recursos adicionais que podem fazer toda a diferença. Claro, adotar uma estratégia não significa excluir completamente a outra: é possível utilizar as duas — e outras tantas — na equipe, potencializando o desempenho da gestão de pessoas.

Quer saber mais como funciona a gamificação? Converse conosco e descubra mais benefícios desta estratégia!