Como a curva de esquecimento pode impactar seu negócio?

Existe outra questão que a empresa precisa ser preocupar além da criação de um treinamento: a curva de esquecimento

Curva de esquecimento é o nome que se dá ao fenômeno natural do ser humano de esquecer um conteúdo aprendido. Nesse contexto, quanto mais tempo uma pessoa fica sem rever o conteúdo, maior é a facilidade dela de esquecer o que foi visto ou lido até então.

Os treinamentos e desenvolvimentos de uma corporação são práticas que exigem bastante da empresa e dos setores que estão envolvidos nesse processo. Isso porque para alcançar o resultado esperado, é preciso se preocupar com vários detalhes, inclusive com um fenômeno bastante comum, que é a curva do esquecimento.

A curva do esquecimento é algo inerente ao ser humano, ou seja, todos estão propensos a ele. Está relacionado ao esquecimento de algum conhecimento novo e é uma questão que precisa estar na visão da empresa, para que todo esquema de treinamento e desenvolvimento criado não seja em vão.

Devido à importância do assunto, este artigo vai compartilhar várias informações relevantes para você.

The Forgetting Curve, ou curva do esquecimento, é um conceito criado pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus para se referir ao fenômeno de se esquecer o que aprendeu. Os estudos surgiram e foram compartilhados a partir do ano de 1885 e indicam que quanto mais o tempo passa, maior é a probabilidade de esquecermos o que foi lido ou visto por nós.

Para contextualização, Ebbinghaus foi um psicólogo pioneiro em estudos da memória. Ele é mundialmente conhecido por sua descoberta da curva do esquecimento, mas também é o grande precursor da ideia do efeito de espaçamento e da curva de aprendizado.

Quando a curva do esquecimento era um experimento, o psicólogo constatou que o cérebro humano possui um limite de retenção de aprendizado ao longo do tempo. Quando uma pessoa era exposta a informações, uma aula, por exemplo, no dia subsequente ela já tinha esquecido certa de 50% do que tinha visto.

Ao testar a aquisição desse novo conhecimento alguns dias depois, o psicólogo percebeu que a retenção do conteúdo era ainda menor. O que o fez concluir que se não fossem trabalhadas técnicas para a fixação, o cérebro iria descartar todas as informações adquiridas ao longo do teste.

O cérebro humano é responsável por gerenciar todas as atividades do nosso corpo. Há estudos que afirmam que somente ele gasta em um dia cerca de 350 calorias. Quanto mais informações ele retém, mais esforço ele precisa fazer para administrar tudo.

Para facilitar nesse processo e gastar menos calorias, ele deleta informações que não são consideradas essenciais por ele, é aí que acontece a curva do esquecimento. O cérebro entende que não precisa registrar tais informações porque elas não estão sendo usadas constantemente.

Para driblar esse efeito do cérebro, é essencial estimular a memória ao longo do tempo, com revisões constantes do mesmo assunto. Assim, ele vai entender que aquilo é importante e deixará gravado, ou seja, não irá descartar a informação estudada.

Imagine que você se atentou a todos os processos de criação de um treinamento e desenvolvimento. 

Descobriu a necessidade de treinamento; estudou o público-alvo; criou um formulário para aplicar nos funcionários e identificar melhor o perfil e qual metodologia se encaixaria na proposta; descobriu as melhores métricas; foi atrás de plataformas; de especialistas e outras práticas que estão relacionadas a esse trâmite.

Depois disso, você criou o treinamento, aplicou e chegou o momento de avaliar a retenção do conteúdo e constatou que os resultados não foram bem o que esperava. Os funcionários, inclusive, não colocaram em prática aquilo que foi compartilhado no treinamento.

O motivo quase está relacionado à curva do esquecimento, processo do cérebro que se dá logo após o aprendizado de algum assunto novo e que faz a pessoa esquecer 50% do que aprendeu.

Basicamente, a curva de esquecimento pode fazer com que seus colaboradores esqueçam todo conteúdo trabalhado no treinamento e desenvolvimento que criou, mesmo ele sendo bem pensado e estruturado.

Para não acontecer isso, há algumas práticas que sua empresa pode implementar na elaboração do treinamento e desenvolvimento. Vem conferir quais são elas.

Antes de conhecer as práticas que ajudam na retenção do conhecimento, é preciso entender que o cérebro possui um processamento de dados que funciona da seguinte forma:

É necessário trabalhar o novo conteúdo em todas essas etapas para que o cérebro entenda que ele é sim uma informação relevante e que, portanto, precisa ser guardada.

Aprendizagem ativa é uma metodologia de ensino que estimula a aquisição de um conhecimento através da prática e, de acordo com a Pirâmide de William Glasser, a prática é uma das melhores maneiras de reter um conhecimento.

Para potencializar ainda mais, é possível trabalhar o termo da gamificação no processo, método que adota recursos lúdicos para chamar atenção dos estudantes.

Outra grande chave no processo de retenção de conteúdo é se preocupar em trabalhar revisões do mesmo assunto, mas em tempo espaçado. Essas repetições espaçadas devem ser realizadas considerando os gaps da curva.

No contexto corporativo, o ideal é criar um cronograma de aprendizagem, levando em consideração as metas do setor e do negócio, assim como o desenvolvimento de cada colaborador. 

A partir disso, o RH mais a gestão podem criar uma trilha de aprendizagem com atividades semanais, de poucos minutos, mas que garantam a revisão.

A curva de esquecimento é uma representação gráfica do processo de perda gradual de informações na memória ao longo do tempo. Essa curva é particularmente relevante em treinamentos, pois mostra que a maioria das pessoas tende a esquecer uma grande parte do que foi aprendido após um curto período de tempo. Algumas atitudes que podem minimizar os efeitos da curva de esquecimento em treinamentos incluem:

Reforço positivo: O reforço positivo é uma técnica de aprendizagem que visa aumentar a frequência e a probabilidade de uma determinada resposta ou comportamento por meio da apresentação de um estímulo positivo ou agradável. Em outras palavras, é uma forma de incentivar os participantes a repetir um comportamento que foi considerado desejável ou correto durante o treinamento.

No contexto de treinamentos, o reforço positivo pode ser utilizado para ajudar a fixar o conteúdo aprendido na memória dos participantes, motivando-os a continuar se empenhando nos estudos e a aplicar os conhecimentos adquiridos em situações reais. Isso pode ser feito por meio de prêmios, reconhecimentos ou feedbacks positivos.

Espaçamento do treinamento: O espaçamento do treinamento é uma estratégia que consiste em dividir o conteúdo do treinamento em seções menores, distribuídas ao longo do tempo. Essa técnica é baseada na ideia de que o aprendizado é mais efetivo quando o conteúdo é distribuído em intervalos de tempo, em vez de ser oferecido em uma única sessão intensiva.

Essa estratégia é uma forma de minimizar os efeitos da curva de esquecimento, que mostra que a maioria das pessoas tende a esquecer uma grande parte do que foi aprendido após um curto período de tempo. 

Ao distribuir o conteúdo em seções menores, os participantes têm mais tempo para assimilar o conteúdo e revisar as informações aprendidas anteriormente, o que ajuda a fixar o conteúdo na memória a longo prazo.

Lembrando que, é importante que essas etapas possuam começo, meio e fim, e que quem for participar desses aprendizados, receba um cronograma educacional para entender e tomar conhecimento de todo o percurso de treinamento que será oferecido.

Revisão constante: A revisão constante é uma estratégia importante para ajudar a fixar o conteúdo do treinamento na memória dos alunos que irão participar a longo prazo. Essa técnica consiste em revisar periodicamente o conteúdo que já foi aprendido, para que os participantes não se esqueçam das informações e possam consolidar o conhecimento adquirido.

Prática ativa: A prática ativa é uma estratégia de aprendizado que consiste em colocar os alunos em situações em que precisam aplicar ativamente o conhecimento adquirido. Isso pode incluir atividades práticas, simulações, estudos de caso e outras atividades que envolvam a aplicação do conteúdo em situações reais.

A prática ativa é uma estratégia eficaz de aprendizado porque ajuda os participantes a consolidar o conhecimento, a identificar lacunas em sua compreensão e a desenvolver habilidades práticas. Além disso, a prática ativa ajuda a aumentar a motivação e o engajamento dos que estão participando, pois eles se tornam mais envolvidos no processo de aprendizado.

Variação de atividades: Essa técnica consiste em oferecer uma variedade de atividades diferentes durante o treinamento para manter os participantes engajados e estimulados.

Ao variar as atividades, os instrutores podem aumentar o interesse e a motivação dos alunos, pois eles terão a oportunidade de aprender o conteúdo de diferentes maneiras. 

Além disso, a variação de atividades também pode reforçar o conteúdo e consolidar o conhecimento a longo prazo, pois os participantes terão a oportunidade de revisitar o conteúdo de diferentes perspectivas.

Uso de tecnologias: A tecnologia pode ser usada para oferecer soluções de aprendizagem mais dinâmicas e interativas, como plataformas de e-learning, jogos educacionais, vídeos, entre outros recursos que podem ajudar a fixar melhor o conteúdo na memória dos participantes.

Essas são algumas atitudes que podem minimizar os efeitos da curva de esquecimento em treinamentos e promover um aprendizado mais duradouro e eficaz. Ao combinar essas estratégias, os instrutores podem ajudar os alunos que estão participando ou que participarão, a reter mais informações, lembrar-se de habilidades e conceitos importantes e aplicar o que aprenderam em situações da vida real. 

Em última análise, isso pode levar a um treinamento mais eficaz, melhores resultados e maior satisfação dos participantes e ajudar em um todo da equipe posteriormente. 

Para se aprofundar mais no assunto, nós aconselhamos que você confira o artigo: Aprenda como fazer uma trilha de aprendizagem de maneira efetiva.