De carta para rádio, de rádio para a televisão, da TV para o computador, este é o resumo da evolução do EAD no Brasil e no mundo. Essa modalidade surgiu a pouco tempo, mas já se tornou a opção mais escolhida pelos estudantes brasileiros. Tudo porque ela traz benefícios que o presencial não proporciona.
O que você vai ver neste artigo:
O EAD no Brasil é um caso de sucesso. Esse modelo de ensino vem ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, abrindo um mundo de possibilidades para diversos públicos: desde para os estudantes, instituições de ensino a empresas.
Saiba neste artigo como o EAD vem conquistando o mercado no Brasil e quais são suas vantagens em comparação ao modelo presencial.
Onde e quando surgiu o chamado ensino a distância?
Os primeiros registros de EAD são de 1928. Na época, a realidade era bem diferente da que é conhecida hoje, porém a essência era a mesma. Um professor americano chamado Calleb Phillips enviava correspondências aos seus discentes com conteúdos voltados para a Taquigrafia. Nesse modelo de ensino por carta, o estudante gerenciava sua rotina de estudos, assim como acontece hoje.
No Brasil, o EAD surgiu antes de 1900, época que havia anúncios em jornais de circulação da cidade do Rio de Janeiro oferecendo profissionalização por correspondência. Em 1939, a Marinha lançou um curso nessa modalidade e ficou bastante conhecido por isso.
Com os avanços tecnológicos, o rádio e a televisão também foram adotados como canais para o ensino a distância, acompanhando o aumento do acesso a estes veículos. E não foi diferente com a popularização da internet e desenvolvimento de novas plataformas digitais.
O Ensino a Distância (EAD) no Brasil
Nem mesmo os maiores entusiastas poderiam prever o sucesso do EAD no Brasil. Tecnicamente falando, as primeiras formas de ensino a distância no mundo começaram por meio de correspondências antes mesmo de 1900 e, no país, até mesmo a Marinha lançou um curso nessa modalidade em 1939.
Com os avanços tecnológicos, o rádio e a televisão também foram adotados como canais para o ensino a distância, acompanhando o aumento do acesso a estes veículos. E não foi diferente com a popularização da internet e desenvolvimento de novas plataformas digitais.
A evolução do ensino a distância (EAD) no Brasil
O EAD, como conhecemos hoje, está cada vez mais próximo da vida dos brasileiros. Uma reportagem da revista Veja, com dados do Inep/MEC e Hoper Educação, mostra um panorama dessa área: 1,5 milhão de estudantes foram matriculados na modalidade em 2016, apenas considerando a graduação, contra 60 mil alunos em 2004 - de 2015 a 2016 o número de novos ingressos cresceu 21,4%.
Mas esse crescimento não ocorreu somente na graduação. O Censo EAD.BR 2017 da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), último estudo da entidade, aponta que aumentou o número de cursos regulamentados totalmente a distância na maioria dos níveis acadêmicos - considerando desde ensino fundamental ao doutorado - entre 2015 a 2017.
O mesmo aconteceu com o modelo semipresencial e cursos livres não corporativos. No caso dos corporativos, especialmente no treinamento operacional e atualização houve essa expansão.
Isso demonstra como o EAD está ganhando espaço no mercado brasileiro a cada ano. Mas, o que faz esse modelo se expandir diante do hegemônico ensino presencial?
O EAD pós-pandemia
A pandemia causada pelo surgimento do novo coronavírus exigiu que todo o mundo ficasse em isolamento. O que a princípio eram 4 semanas se transformou em meses e depois anos. Todos tiveram que de alguma forma remodelar sua rotina a fim de adaptá-la à nova realidade. Nisso, o ensino a distância se tornou uma das melhores alternativas disponíveis e recebeu grande destaque.
O EAD já vinha nos últimos dez anos sendo uma modalidade de ensino crescente. Segundo uma pesquisa do censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), entre o período de 2009 e 2019 houve um salto de 378,9% de matriculados no EAD. Mas as recomendações da OMS com relação ao distanciamento social potencializou ainda mais essa prática.
Dados da pesquisa feita pelo Censo de Educação Superior do Inep mostram que o interesse pelo ensino remoto cresceu. Atualmente, 53,3% das matrículas são feitas para esta modalidade de ensino, já o ensino tradicional conta com 46,7% das inscrições.
Entre o ano de 2020 e 2021 especificamente houve um aumento de 17% nas matrículas de cursos on-line, segundo o Mapa do Ensino Superior no Brasil, divulgado pela Semesp. E é interessante observar que essa crescente foi projetada para o ano de 2023, mas a pandemia acelerou esse acontecimento.
Outra revelação evidenciada pela pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) é sobre a preferência dos estudantes com relação à modalidade de ensino. 52% dos entrevistados dizem se interessar pelo sistema híbrido – ora com ensino presencial, ora virtual.
Ensino a distância x ensino presencial
O modelo de ensino presencial é predominante em diversas sociedades e vem sendo adotado durante séculos. Isso não é à toa: esta modalidade tem suas vantagens e méritos.
Colocar os estudantes e professores/instrutores cara a cara tem seus efeitos benéficos, afinal, o ser humano é um ser social, que precisa de contato com outros de sua espécie. A troca de ideias nessa situação é bastante comum, ajudando a fortalecer e melhorar o conhecimento de todos.
No entanto, por melhor que seja, toda metodologia tem suas lacunas. E não seria diferente neste caso: o modelo de ensino presencial tem suas limitações ao depender completamente de horários fixos e um espaço físico para funcionar. Não é possível uma aula acontecer sem ter um local ou uma data de encontro.
Esta condição inerente acaba afastando vários estudantes - de diversas idades - do aprendizado por terem dificuldades de tempo, deslocamento ou até falta de recursos financeiros.
É um desafio participar todas as noites da aula para quem trabalha o dia inteiro, ou então fazer um curso em Harvard ou em Oxford alguém que não tem condições de viajar até os Estados Unidos ou Inglaterra.
Outra lacuna importante a se considerar, é como os recursos multimídia são tradicionalmente pouco utilizados no ensino presencial.
Mesmo com tecnologias como televisores, rádios e projetores, em muitos lugares essas ferramentas são usadas uma vez ou outra, valorizando mais o conteúdo textual, disponível nos livros e apostilas, e no conhecimento oral do professor/instrutor.
Esta situação pode ser uma barreira para o aprendizado de pessoas que assimilam melhor os conhecimentos com estímulos diferentes, como vídeos, áudio e modelos ativos.
É apenas recentemente que as escolas, por exemplo, estão encarando os dispositivos mobile - celulares e tablets - como parceiros da educação, e não inimigos. Essa hesitação em adotar a tecnologia na sala de aula acaba gerando uma lacuna entre os hábitos dos estudantes e os processos de ensino-aprendizagem.
Se o educando pode encontrar informações educacionais na palma de sua mão, por que não usar isso em seu favor?
Porém, com o avanço da tecnologia e o aumento de estímulos que somos expostos a cada dia, estudos indicam que a capacidade de concentração das pessoas está diminuindo com o passar do tempo. Desta forma, atividades como o estudo podem ter menos engajamento do que despertavam décadas atrás.
Isso significa que os profissionais de educação - seja nas instituições de ensino ou em empresas - precisam adotar metodologias que prendam a atenção dos estudantes e motivem sua aprendizagem. E o EAD pode ser uma dessas soluções.
O EAD permite um modelo de educação mais flexível, onde o estudante pode acessar os conteúdos a qualquer hora do dia e em qualquer lugar: pode ser no ônibus; no momento de intervalo/almoço ou antes de dormir. Sempre quando lhe for conveniente e respeitando o seu ritmo de aprendizagem.
Isso ajuda os estudantes a tornar o ensino mais acessível: por meio dos MOOCs - uma modalidade do EAD - é possível assistir até mesmo aulas com professores de Harvard e Oxford e ainda usando o próprio celular.
Além dos alunos, o uso do EAD pode ser um grande aliado das instituições de ensino e empresas ao reduzir custos tradicionais do modelo presencial, como aluguel, compra, manutenção de um espaço físico e deslocamento dos estudantes, professores e instrutores.
As plataformas ainda costumam oferecer relatórios detalhados com o desempenho dos educandos, ajudando o RH ou equipe pedagógica a saberem como anda o aprendizado de cada colaborador/aluno, quais pontos das aulas precisam ser melhorados e quais conhecimentos estão sendo bem assimilados.
Outro benefício desta ferramenta é que ela possibilita o uso de recursos multimídia e outros formatos - como videoaulas, áudios, infográficos e gamificação. Isso enriquece o aprendizado do estudante, fortalecendo a fixação do conhecimento e tornando o estudo mais dinâmico ao aproveitar outros materiais, além dos textuais.
Vantagens do ensino a distância
O ensino a distância gera diferentes benefícios. Veja os principais deles.
1. Flexibilidade nos horários
Não dá para mencionar as vantagens do ensino a distância e não contemplar a flexibilidade de data e horário que ele oferece.
A maioria dos cursos são ofertados de maneira assincrônica, o aluno não precisa acessar a plataforma em um dia ou horário específico. As aulas são gravadas e os materiais anexados podem ser acessados a qualquer momento.
Algumas instituições restringem as aulas on-line ao vivo a um cenário específico, geralmente para apresentação de trabalhos e realização de atividades avaliativas. De resto, o aluno pode criar o seu próprio calendário de estudos e aprender no seu ritmo. Esse benefício é ideal para pessoas com rotinas inflexíveis e inconstantes, por exemplo.
2. Economia
Os cursos on-line chegam a ser 40% mais baratos que os presenciais. Isso acontece porque as instituições de ensino não precisam investir tanto na estrutura física, mesmo que em cursos de longa duração seja necessário um polo para apoio presencial.
Além da economia na mensalidade, o estudante também deixa de gastar com deslocamento e manutenção, como alimentação.
3. Reconhecimento pelo mercado de trabalho
No começo da implementação do EAD no Brasil, era grande o estigma de que a qualidade de ensino EAD era inferior, se comparada ao modelo tradicional.
Muito se falava sobre o mercado de trabalho não reconhecer e dar valor a essa alternativa de ensino. Mas hoje, principalmente depois da pandemia, o cenário é bem diferente.
Com as transformações digitais, a mudança de comportamento da sociedade e do mercado, há uma grande valorização às pessoas que conseguem se adaptar ao meio virtual e realizar suas atividades assim.
Ora, aquele que se dá bem ao ensino a distância se destaca no mercado de trabalho, pois apresenta competências e habilidades requisitadas pelos recrutadores.
4. Estudantes protagonistas
Outra característica do ensino a distância é a mudança do papel do estudante, que deixa de ser passivo e passa a ser ativo.
A pouco tempo o ensino tradicional tem implementado práticas para colocar o estudante como centro no processo de ensino-aprendizagem, enquanto o EAD desde do começo exige essa mudança de comportamento.
No caso do ensino a distância, o professor é a figura que media todo o processo, e o estudante vai atrás e desenvolve sua rotina de estudos. Ou seja, ele se torna responsável pelo seu próprio aprendizado.
5. Suporte
Assim como no modelo presencial, os alunos do EAD também podem se comunicar com os professores para esclarecer suas dúvidas. A instituição de ensino oferece múltiplos canais de contato para isso:
- fórum EAD;
- chat on-line;
- e-mail;
- videoconferências;
- grupos de WhatsApp.
Assim, professores e colegas conseguem interagir e melhor aproveitar o curso.
Inclusão
O estudo a distância também é mais vantajoso do que o ensino tradicional quando o assunto é inclusão de pessoas. Por diferentes razões, vários indivíduos não podem se deslocar até uma instituição de ensino, como é o caso de pessoas portadoras de deficiência.
E o curso realizado on-line, na maioria das vezes, não exige deslocamento. Basta portar um computador e dispor de internet para acessar o conteúdo. O que facilita o acesso à educação para essas pessoas.
O EAD é uma metodologia flexível, que pode fortalecer o ensino presencial e até mesmo ser combinada com outras estratégias para tornar o aprendizado uma experiência mais engajadora. Uma ferramenta que combina bem é a gamificação, que alia elementos de jogos com objetivos concretos na vida das pessoas, como estudar.
Descubra os benefícios de se unir as duas metodologias inovadoras e eficazes que são a gamificação e a educação a distância, confira nosso artigo: Gamificação e Educação a Distância, o casamento perfeito.
1. Flexibilidade nos horários
2. Economia
3. Reconhecimento pelo mercado de trabalho
4. Estudantes protagonistas
5. Suporte
O EAD permite um modelo de educação mais flexível, onde o estudante pode acessar os conteúdos a qualquer hora do dia e em qualquer lugar: pode ser no ônibus; no momento de intervalo/almoço ou antes de dormir. Sempre quando lhe for conveniente e respeitando o seu ritmo de aprendizagem.